Opinião

5 livros-reportagem de jornalistas brasileiros

5 livros-reportagem de jornalistas brasileiros

O jornalismo é uma atividade diária e essencial às nossas vidas. Mas entre notícias breves e reportagens curtas em jornais e portais online, as vezes sentimos que algumas temáticas podem ser mais exploradas e aprofundadas. Na década de 1960, nos Estados Unidos, alguns jornalistas decidiram mesclar literatura e jornalismo dando origem ao new journalism (novo jornalismo). Dentre os escritores mais famosos estão Truman Capote com sua obra “A sangue frio” e Gay Talese e “O voyeur”. Esse gênero ganhou enorme repercussão e diversos jornalistas, inclusive brasileiros, escrevem livros-reportagem com o objetivo de detalhar e mergulhar em fatos.

  • HOLOCAUSTO BRASILEIRO – DANIELA ARBEX

Daniela Arbex é uma jornalista mineira que atuou durante muitos anos no jornal Tribuna de Minas. Seu trabalho voltado para a defesa dos direitos humanos a levou a escrever diversas reportagens com a temática, dentre elas a série que deu origem ao livro “Holocausto Brasileiro”. A obra relata a história do Hospital Colônia de Barbacena, instituição psiquiátrica que matou cerca de 60 mil pessoas e lucrou com a venda dos corpos. Através de conversas com ex-funcionários e sobreviventes, a escritora consegue traçar a realidade dura e violenta da instituição. 

A autora também é responsável por outros 3 títulos: “Cova 312”, “Todo dia a mesma noite: a história não contada da boate Kiss” e a biografia “Os dois mundos de Isabel”.

  • ROTA 66 – CACO BARCELLOS

O famoso jornalista Caco Barcellos lançou o livro “Rota 66” em 1992. Mas para a sua escrita foi necessária uma longa investigação e apuração sobre os crimes cometidos pela ROTA (Rondas Ostensivas Tobias Aguiar). O livro traz nomes, casos e relatos de pessoas, algumas inocentes e outras apenas suspeitas, assassinadas por essa polícia. A narrativa é densa e detalhada, reconstitui histórias como se o repórter estivesse presente na cena do crime, e traz a reflexão sobre a violência policial no Brasil.

  • PRESOS QUE MENSTRUAM – NANA QUEIROZ

O trabalho sensível de Nana Queiroz dá voz às mulheres no sistema penitenciário e às suas famílias. Esse longo livro-reportagem aborda o cotidiano das prisões femininas no Brasil, falando desde as condições básicas de higiene até as complexas relações familiares. A autora destaca diversas personagens, contando histórias de mães que são separadas de seus filhos, do processo de recuperação após sair do presidiário e também dos encontros dentro das prisões.

“Prisioneiras”, escrito pelo Dr. Drauzio Varella, é um bom completo para essa leitura, já que também aborda os aspectos do cárcere feminino no Brasil.

  • EM NOME DOS PAIS – MATHEUS LEITÃO

Matheus Leitão é filho dos jornalistas Míriam Leitão e Marcelo Netto. Desde pequeno, como relata no livro, ele escuta algumas histórias de seus pais no período da ditadura militar, pois ambos foram presos e torturados pelo regime. A partir desses fragmentos, Matheus inicia um processo de investigação sobre a história de seus pais, viajando pelo Brasil atrás de respostas e buscando compreender um período histórico sombrio. O relato de um filho sobre a história de seus pais é muito mais do que um recorte familiar, é um livro que explica muito sobre o regime ditatorial que durou 21 anos no país.

  • A MÁQUINA DO ÓDIO – PATRÍCIA CAMPOS MELLO

Recentemente, o mundo foi apresentado ao termo “fake news”, ou seja, notícias falsas. O crescimento desse fenômeno também impulsionou o surgimento de líderes autoritários, que utilizam essas notícias falsas para crescerem em popularidade e desvalorizar adversários políticos. A partir disso, a jornalista Patrícia Campos Mello conta sobre como trabalha essa “Máquina do Ódio”, que produz e espalha teorias da conspiração, cria mundos paralelos e dissemina “fake news”. O relato da jornalista também aborda sobre a violência digital vivida pelos profissionais da mídia, principalmente sofrido por jornalistas mulheres. 

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