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Destaques do Grammy – St. Vincent

Destaques do Grammy – St. Vincent

O que é música alternativa? Difícil dizer. Parece um só um rótulo. Pense em algo alternativo. Sonic Youth? Yo La Tengo? Sufjan Stevens? Todos numa mesma prateleira? Realmente, isso é só um rótulo. Designa tudo o que não está na grande e iluminada prateleira principal do mainstream. Coisas tão diversas quanto Arctic Monkeys e Tom Zé. Tudo rotulado por essa expressão: música alternativa.

Daddy’s Home, da cantora St. Vincent, recebeu o Grammy de melhor álbum de música alternativa. O prêmio em si é também um rótulo. É como se dissesse: eis aqui uma obra distinta, às margens do mainstream, no horizonte da criação musical. De fato, é tudo isso. A música alternativa tem compromisso com a vanguarda. O disco de St. Vincent também.

Quando se trata de vanguarda, há dois tipos de artistas: os que experimentam o novo em aventuras distantes; e os que sintetizam esses experimentos nas nossas proximidades. St. Vincent está neste segundo grupo. Daddy’s Home é uma síntese das mais ousadas proezas que a música americana produziu, de Miles Davis a Billie Eilish, passando por Herbie Hancock e Macy Gray. O resultado funciona. O disco respira vanguarda enquanto dança na pista.

St. Vincent é o pseudônimo de Anne Clark, cantora e instrumentista do Oklahoma que se estabeleceu na cena alternativa como um fenômeno. Sim, mais um rótulo: cena alternativa. Não se incomode com isso. Mesmo o pseudônimo de Anne é um rótulo: São Vicente é o padre escravizado que se libertou pela música. Também ela quer se libertar. Quer uma música libertadora. Não sabemos se ela alcançou o milagre que o rótulo sugere, mas aconselhamos a apreciar a tentativa.

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