Sustentar um papel principal, do início ao fim de um filme, com maestria e magnificência é o desejo de qualquer ator. E o ato de atuar carregando a força dramática da obra é o suprassumo dessa arte que tanto encanta e emociona. Assim, este texto é sobre os indicados a Melhor Ator do Oscar 2022.
Obviamente que não tenho autoridade nenhuma em dar uma nota que não seja 10 aos indicados. Vou, humildemente, reportar minhas impressões e, dentro destas, tentar classificar os atores dentro dos filmes. Como sempre, espero estar errado (ou não). E não apresento nenhum tipo de torcida para esse ou aquele. Ei-los:
Começo pelo espanhol Javier Bardem, que interpreta o artista cubano Desi Arnaz em APRESENTANDO OS RICARDOS. Demonstrando todos os trejeitos de cantor de rumba faminto por sucesso, Bardem encarna um entusiasta _latin lover_ cheio de paixão e adoração pela mulher. Canta, dança e atua num momento metalinguístico do cinema, o que não deixa de ser uma homenagem. Ele já levou, em 2008, a estatueta pra Melhor Ator Coadjuvante em ‘Onde Os Fracos Não Tem Vez’ e esta é a sua terceira indicação para Melhor Ator.
Em sua segunda indicação para Melhor Ator, o californiano Andrew Garfield também usa da metalinguagem cinematográfica ao dar vez e voz a Jonathan Larson, o verdadeiro idealizador e produtor do musical de TICK, TICK… BOOM!. Como homenagem à arte de atuar, principalmente nos teatros, Garfield nos oferece uma persistente luta para alcançar os sonhos, de maneira lúdica e cultural. Um belo show!
ATAQUE DOS CÃES nos oferece tantas camadas (difícil estabelecer qual a melhor) que a indicação do inglês Benedict Cumberbatch é apenas mais um deleite da obra. Ao internalizar o machão insensível num faroeste cheio de sensibilidade, Cumberbatch simula o personagem “ovo” da vez – casca dura por fora e mole por dentro. Com lembranças e desejos íntimos, ele, devido a manter a fama de mau, busca um lugar escondido para externar as memórias particulares. Um verdadeiro estudo de personagem nesta que é a sua segunda nomeação para Melhor Ator.
Recebendo sua terceira indicação pra Melhor Ator, o norte-americano Will Smith é um show no longa KING RICHARD: CRIANDO CAMPEÃS. Sonhador convicto, o personagem Richard Williams é mais que um “cabeça-dura” teimoso e burro. Além de conteúdo, ele oferece a lida sobre vários assuntos preciosos do nosso tempo e lugar, como o racismo, a criação familiar e a persistência em situações adversas. A gente o assiste e aprende coisas que imaginamos acontecer somente em filmes, pois ultrapassam as telas. Excepcional!
Talvez o estadunidense Denzel Washington seja o melhor ator do século XXI. Com a maturidade adquirida por dezenas de excelentes atuações, Denzel se sobressai filme após filme. Tanto que em A TRAGÉDIA DE MACBETH sua performance transcende o imaginário proposto por Shakespeare e conquista minha preferência entre tantas feras. Verborrágico, aventureiro e egoísta, o Lord Macbeth não apresenta remorso nem escrúpulos para conseguir a coroa de rei. E a sua briga com sua consciência leva pitadas de surrealismo que favorecem as questões psicológicas imaginadas pelo diretor Joel Coen. Veterano no Oscar, Denzel fora indicado duas vezes pra Melhor Ator Coadjuvante (venceu uma) e sete vezes pra Melhor Ator (também venceu uma).
Enfim, as fichas estão na mesa e os dados estão a rolar. Reitero que são apenas impressões de um cinéfilo de quinta querendo auxiliar (?) na percepção de outras pessoas. Além de querer promover o debate sobre cinema. Façam suas escolhas!
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