Sid Vicious nasceu em Londres, em 1957, e sempre foi um jovem complicado. Seu pai abandonou o lar na sua infância e sua mãe arrumou na prostituição e no tráfico de drogas meios para sustentar a família. Sua história encontra as dos Pistols na loja de roupas Sex, cuja dona era ninguém menos que Vivienne Westwood, estilista algum tempo depois mundialmente conhecida.
A loja Sex era de Vivienne e de seu marido, Malcolm McLaren, e faziam moda para a periferia de Londres. Ele, após ter conhecimento de quatro rapazes de Nova York que estavam subvertendo o virtuoso rock progressivo com seus míseros três acordes, decidiu criar em Londres uma banda similar aos Ramones, já vislumbrando que esta onda também chegaria ao Reino Unido.
Desta maneira, do faro comercial de Malcolm McLaren, do visual produzido por Vivienne Westwood e da atitude dos jovens sem futuro que frequentam a loja, nascia os Sex Pistols, com McLaren como seu primeiro empresário.
Ao montar a banda, Vivienne recomendou a McLaren que chamasse um jovem chamado John, que por vezes aparecia na loja, para ser o vocalista. McLaren confundiu os nomes e em vez de chamar John Ritchie (Sid Vicious), convidou John Lydon (Johnny Rotten) para ser o vocalista, prontamente aceito.
Logo no começo da banda, em fevereiro de 1977, após a saída do baixista Glen Matlock, Sid foi convidado para assumir o baixo da banda. Ele foi escolhido porque, além de ser amigo de Rotten, acompanhava a banda por todo canto, era um fiel fã do grupo, quase um quinto elemento, e se encaixava perfeitamente na estética do grupo. McLaren falava que se Rotten era a voz do punk, Vicious era a atitude. Só havia um problema, Sid Vicious não sabia tocar baixo.
Apesar de muito esforçado, nos shows, apesar da proteção de Lydon, os demais integrantes da banda desligavam o amplificador do baixo para Sid não os atrapalhar. No único disco de estúdio dos Pistols, Never Mind the Bollocks, Here’s the Sex Pistols, com exceção de Bodies, todas as outras músicas tiveram o baixo tocado pelo guitarrista Steve Jones. A banda não sabia ao certo como avisar que Sid tinha a presença de palco, mas não servia para músico de estúdio, então, uma hepatite contraída pelo uso de heroína tratou de afastar Sid da banda até que o disco estivesse todo gravado e o problema resolvido.
Em 1978, na primeira turnê americana, Sid Vicious encontrou uma nova plateia que se impressionava com seu estilo de vida, o que fomentou mais ainda sua imagem autodestrutiva. O consumo de drogas e álcool o estava debilitando e ele arranjou todo o tipo de confusão em turnê, sendo o episódio mais famoso quando quebrou o baixo na cabeça de um espectador que tentava invadir o palco para brigar com Rotten.
Nisso, Sid Vicious já namorava com a sua futura empresária, após o final da banda, a americana Nancy Spungen. A relação tóxica trouxe mais problemas a Sid, já que viviam entre brigas e noites de consumo excessivo de drogas, já que muitos diziam que ela era ainda mais barra pesada que ele.
No final de 1978, em Nova York, no famoso Chelsea Hotel (aquele mesmo da canção de Leonard Cohen), Nancy foi achada morta com após uma facada na barriga e Sid Vicious, que estava com ela e totalmente drogado, foi acusado pelo crime. Ninguém sabe realmente o que aconteceu naquela noite, uns dizem que em uma briga, Sid acabou por esfaqueá-la, ainda há a versão que Sid a amava e jamais faria isso, mas ela, para chamar sua atenção, cortou-se e, por ambos estarem muito drogados, ela não mensurou a força de seu golpe e ele foi incapaz de ajudá-la. Ainda existe a versão que um traficante local foi visto no mesmo andar e saindo do quarto do casal, de onde vários pertences foram roubados.
Após dois meses preso, ainda em Nova York, Sid foi solto e envolveu-se em uma briga de bar com Todd Smith, irmão da cantora Patti Smith, e foi preso novamente, libertado apenas sob fiança, após quase mais dois meses encarcerado, quando passou por um programa de desintoxicação na prisão.
Saindo da cadeia e limpo, sua mãe, reaparecendo na história, e sua nova namorada, organizaram uma festa para recebê-lo. Na manhã seguinte, Sid Vicious foi achado morto por overdose de heroína: sua saúde, já em processo de recuperação, não aguentou novamente as doses que ele costumava usar.
Novos mistérios: lembra aquele traficante presente no Chelsea Hotel? Ele também estava nesta festa, e dizem que ele forneceu as drogas para Sid a fim de que ele tivesse uma overdose e não depusesse contra ele nos tribunais. Dizem que até a sua mãe teria fornecido a droga para ele, pois preferiria o filho morto a vê-lo preso outra vez. Ainda, que ele cometeu suicídio dentro de um pacto de morte que havia feito com Nancy.
Enfim, Sid Vicious foi a cara do punk rock em seu processo de formação, e mais do que ninguém levou o lema “live fast, die young” às últimas consequências. Lembra daquela máxima que os grandes ídolos morrem aos 27 anos? Sid não aguentou esperar, viveu tudo isso e se foi aos 21 anos de idade.
Comentários:
A vida é uma meleca!!!! Mais punk que isso,impossível!!!! – marcio “osbourne” silva de almeida – jlle/sc