Opinião

NFT e o brasileiro no espaço

NFT e o brasileiro no espaço

“♫ I’m a spaceman/ In another place and time/ I guess I’m looking for a brand new place” (Spaceman, 4 Non Blondes)

NFT é a abreviação de uma expressão ainda muito pouco compreendida pela maioria das pessoas. Está, ao lado de outra, o metaverso, usando um termo cringe, na crista da onda. Ou, usando um mais moderno, hype.

Metaverso, termo um pouco mais batido, é uma espécie de simbiose entre o mundo virtual e o mundo real, com realidade virtual, realidade aumentada, internet e uma boa dose de boa vontade. NFT é a abreviação, em inglês, de token não fungível (non-fungible token). É um instrumento para propriedade digital ao mesmo tempo que facilita a sua troca de mãos (virtuais) por meio de plataformas específicas, e está sendo utilizado para os mais diversos objetivos.

Quanto custa um NFT?

Na internet, como no mundo não virtual, tudo tem seu preço e seu valor. Um carro velho pode custar quase nada, enquanto um veículo antigo pode valer muito. Depende dos sentimentos dos envolvidos no negócio. Com obras de arte, muito mais subjetivas, é a mesma coisa. E há situações mais concretos, como o preço de imóveis, normalmente reguladas pelo valor de mercado. Eventualmente há bolhas, percebidas por poucos, mas que, invariavelmente, explodem.

No mundo virtual não é diferente. Quanto um produto ou serviço agrega para ter seu valor estipulado? Depende de fatores como novidade, escassez, importância e, talvez principalmente, desejo. Um brasileiro ficou mundialmente famoso nos últimos dias por ter comprado três NFTs por cerca de R$ 4 mil. Até aí, nada demais. Muitos brasileiros já gastaram infinitamente mais com NFTs.

Brasileiros no espaço

Na realidade, ele ficou famoso pelo voo para o espaço ocorrido no último sábado, dia 4. O sortudo (sim, na minha opinião… eu também gostaria de viajar pelo espaço) é Victor Correa Hespanha, um engenheiro de 28 anos que mora em Belo Horizonte (MG). E como ele foi parar lá? Um sorteio (viram como é sortudo?) numa promoção da empresa Crypto Space Agency, onde comprou os tais NFTs.

O voo foi na nave New Shepard, da empresa Blue Origin, do bilionário Jeff Bezos (aquele da Amazon), saiu e voltou para uma cidade do Texas (EUA) e durou cerca de 10 minutos. Além do brasileiro, havia mais 5 pessoas. Em seu perfil do Instagram, ele comentou: “Foi muito emocionante, indescritível, surreal”. Acredito!

Victor, porém, não foi o primeiro brasileiro a transitar no espaço. Na realidade, ele é considerado um turista espacial, pois, apesar de treinamentos antes do voo, ele não tinha acesso ao controle da nave. O primeiro brasileiro a ir ao espaço, o engenheiro aeronáutico Marcos Cesar Pontes, por sua vez, é reconhecido como astronauta, e foi bem mais longe: até a Estação Espacial Internacional, ficando 8 dias em órbita, no ano de 2006.

O que antes era exclusividade de agências espaciais governamentais como NASA (EUA), Roscosmo (Rússia) ou ESA (agência européia), entre outras, agora virou disputa entre empresas de magnatas: SpaceX (Elon Musk), Blue Orgin (Jeff Bezos) e Virgin Galactic (Richard Branson). E aí, preparados para um passeio ao redor da Terra?

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