A Praia de Navegantes não é só de Navegantes: é de Gaspar, Blumenau e Indaial; de Timbó, Apiúna e Ascurra; de Ibirama, Rio do Sul e Taió. Cada pessoa que ponha a prancha no carro e desça a BR 470 pra surfar, tem Navega como a sua praia. E não só esses: os surfistas que vêm do norte, de Jô ou de Curita, também fazem deste seu principal destino. A clássica bancada na foz do Itajaí é a “Huntington Beach” de nossa humilde “Califa”: é a capital do nosso surfe.
A comparação se justifica por várias razões. Huntington também é uma longa praia de piso duro e regular, quase um asfalto. Por isso, lá quebram ondas como as daqui: tem as fáceis pros pregos, as tubulares pros feras, as longas pros longs. E claro: tem as ondas grandes e pesadas pros casca-grossas, que são em geral os verdadeiros nativos – e que a galera tem que respeitar.
Preciso ressaltar isso: quando entra a ondulação, Navega brilha. Sobre a bancada asfáltica quebram altas ondas. Se o vento para, as ondas envidraçam. O pico fica “gringo”. Mais exatamente: “californiano”. Sério mesmo.
Então a galera vem. Desce das serras, flui pelos vales, chega na praia. Na grande praia da foz do grande rio. E ali a galera faz a cabeça. E desfruta dos vários picos, desde o Gravatá até o Atalaia. E então Navega mostra, solenemente, por que é a capital do nosso surfe.
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