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A capital do skate park. 

A capital do skate park. 

Pedro Barros tem 26 anos e muitos títulos. Não seria exagero dizer que ele é o maior nome da história do skate park. Apesar de toda experiência, ele deve estar ansioso. Pedro é um dos seis atletas brasileiros da modalidade nas Olimpíadas e sabe que, quando dropar no bowl de Tóquio, estará se apresentando para um público planetário – um público muito maior do que qualquer outro skatista já teve. 

É digno de nota, diante disso, a pintura no skate que Pedrinho usará nos Jogos. No shape está desenhada a Ilha de Santa Catarina. Na disputa mais importante de sua vida, Pedro Barros homenageia sua terra natal. 

A homenagem não é só uma referência à própria biografia. Pedro Barros já disse: “o mais importante, ao longo desse período olímpico, é a caminhada toda, a imagem que será passada para milhões de pessoas que ainda não conhecem o skate. Para mim, é muito maior que só um esporte”. Ao homenagear Floripa, Pedrinho destaca o estilo de vida que tem ali um de seus principais cenários. Sua terra natal é também a capital do skate.  

Além de Pedro, Yndiara Asp e Isadora Pacheco vêm de Floripa. Os três, ao lado de Dora Varella, Luiz Francisco e Pedro Quintas formam o time olímpico brasileiro da modalidade. Poucas cidades no mundo têm tantos atletas disputando o skate park nas Olimpíadas. Nenhuma, provavelmente, tem três atletas tão qualificados. 

E não são só eles. Floripa é um celeiro de grandes skatistas. Pudera: a cidade conta com diversos bowls. Só no Rio Tavares, bairro próximo à Praia do Campeche, há dezenas. Cada bowl tem um traçado. Cada park tem uma arquitetura e um ambiente peculiar. Cada pico de skate forja um estilo. Floripa é palco de uma cultura que nasce desses elementos. Seus skatistas, Pedro Barros entre eles, têm consciência e orgulho disso. 

Essa cultura nasceu nos anos 90. Talvez o grande marco tenha sido o campeonato da modalidade vertical realizado em 1996 na Praia Mole. Homens como André Barros, Alexandre Pacheco e Léo Kakinho (os dois primeiros são pais de Pedro e Isadora, do time olímpico brasileiro; o terceiro é pai de Vi Kakinho, um dos grandes nomes do skate park brasileiro) lançaram as sementes do skate na Ilha. Os primeiros bowls foram construídos e os primeiros grandes skatistas surgiram. Garopaba, Criciúma, BC foram “contagiadas” pela cultura do skate. O resto é história.

O Brasil hoje é talvez a grande força do skate park. Seus atletas estão entre os favoritos da modalidade. As provas começam hoje, dia 3, às 21hs. Aceite um conselho: não perca. Talvez não venham medalhas pro Brasil. Mas algo é certo: será um espetáculo – e com um toque bem ilhéu. 

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