
E se a Lua,
de tão cheia,
nos mostrasse a face nua
deste céu que nos rodeia
e revelasse que os astros
são de fato só os rastros
do tempo que galopeia?
E se a Lua,
de tão cheia,
fosse mais que Lua:
fosse a própria ideia
de que a Virgem pura
em que agora espera
faça a quadratura
com Lilith, a fera,
e se oponha ao Sol
em Peixes, em prol
da Nova Era?
E se a Lua,
de tão cheia,
inundasse as ruas,
invadisse as veias
no coração da Terra
que Marte em guerra
incendeia?
E se a Lua,
de tão cheia,
como quem tatua
a pele ateia,
criasse um deus que é capaz
de cumprir a odisseia
da paz?
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