Opinião

O pacto oculto

O pacto oculto

Reza a lenda que eles se apossaram do local onde o Rei Salomão, mais de mil anos antes, erguera seu Templo. Daí o nome desses Cavaleiros: Templários. Ali teriam achado – e roubado – o Santo Graal.

A lenda tem um tanto de verdade. A Ordem dos Templários é a semente do pensamento exotérico europeu. Algo do misticismo judaico-cristão, até então monopólio da Igreja, passou a mãos obscuras. O Santo Graal era o sagrado segredo – o caminho à elevação divina – revelado em ritos ocultos.

Baphomet era o ídolo adorado nesses ritos. Uma figura mítica evocando poderes da luz e das trevas. Compreende-se: a luz divina se misturava às trevas em que esses rituais se ocultavam. Esse ídolo dúbio guardou em si, por quase meio milênio, a semente proscrita dos Templários.

No século XVIII, entre os escombros da Idade Moderna, nasce a erva semeada. A Maçonaria traz a dubiedade do antigo ídolo: notória e secreta, racional e exotérica. Seu exoterismo está ligado especialmente à prática martinista, elo entre a razão iluminista e o misticismo medieval. No Brasil, o martinismo confunde-se com a figura de Cedaior. Já falei sobre ele aqui na Abertura:

“Emma foi casada com (e iniciada por) Albert de Mascheville, o “Cedaior”, muito próximo a Ida Hoffmann. Ida fundou a famosa comunidade do Monte Veritá, nos alpes italianos, por onde passaram figuras famosas e obscuras do início do século XX – entre elas, Aleister Crowley. Albert e Emma de Mascheville são o núcleo propagador do pensamento ocultista no país. Cedaior era maçom, praticante da cabala, líder do culto martinista no país. Era também nazista. Quanto mais descemos ao submundo desse pensamento exotérico, feito de ritos iniciáticos e irmandades secretas, melhor compreendemos seus segredos repugnantes.”

Emma de Mascheville foi a grande “iniciadora” de Olavo de Carvalho – e este, seu grande discípulo. Não é preciso dizer quem são os discípulos de Olavo. Tampouco quem é, entre eles, o mais importante.

Nada sei sobre o suposto pacto entre o Presidente e a Maçonaria. Não me interessam ocultismos nem fofocas. Na verdade, odeio uns e outras. Este texto é só um tributo a esse ódio.

Cármen Calon

Cármen Calon é astróloga com amor pela, e às vezes pânico diante da, astronomia.

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