
Uma coleção digital de mais de 1200 imagens, grande parte datada do período escravista, busca retratar o como viviam povos escravizados e seus descendentes. A ideia do Slavery Images surgiu há pelo menos três décadas quando Jerome Handler, professor de antropologia da Universidade do Sul de Illinois, tentava ilustrar aos seus alunos como era o dia a dia de pessoas escravizadas e enviadas para as Américas. Já naquela época, em 1988, Jerome iniciou sua procura por imagens, litografias, pinturas e fotografias produzidas antes de 1900.

No site é possível visualizar em detalhes aspectos como descrição, fontes históricas, autor, além da localização geográfica da representação. A imagem acima, por exemplo, é um retrato do Rio de Janeiro da década de 1830. A litografia de Johann Moritz Rugendas, intitulada ‘Washerwomen’ (Lavadeira, em português) data do período do Brasil Império.
Mas para além de mostrar o cotidiano de escravizados nas Américas, o arquivo do Slavery Images também contempla imagens dos povos africanos dos quais os escravizados descendiam. Um exemplo é a obra ‘Royal Cerimony’ (Cerimônia Real) que mostra visitantes europeus que acompanham a cerimônia do aniversário da morte do pai do rei de Dahomey (no centro da imagem). A cena ocorreu no que hoje é considerada a Nigéria.

Separadas por categorias na página inicial, como Cenas Urbanas, Atividades Militares e Recreativas, as obras do acervo também estão dispostas em no mapa, com exemplares das Américas, Europa e de várias partes da África. Apenas no Brasil, são 165 imagens que podem ser exploradas ao clicar nos círculos pelo site.
A tentativa de apresentar referências visuais da escravidão aos seus alunos em Illinois, hoje mostra à professores, alunos e público do mundo todo, apenas uma representação de um período lamentável da humanidade.

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