
Na última terça-feira, o Fluminense foi à Buenos Aires enfrentar o River Plate, em busca de uma vaga nas oitavas de final da Libertadores. Aos 29’ do primeiro tempo, ainda extasiados pelo gol de Caio Paulista, que abriu o placar minutos antes, o time carioca recuperou uma bola que caiu nos pés de Fred. O capitão (que já havia dado a assistência do primeiro gol) olhou para um lado, olhou para o outro e como um camisa 10 lançou para Nenê, que bateu cruzado superando o goleiro Armani.
A vitória histórica por 3 a 1 fora de casa nos faz abrir os olhos (mais uma vez) para a figura de um ídolo, muitas vezes desacreditado e contestado, mas que nunca deixou de fazer a diferença. Não é necessário listar os feitos de Fred por onde passou para entender a importância do jogador para o Fluminense e para o futebol brasileiro. Mas quando o atacante pedalou de Minas ao Rio para assinar com o tricolor, poucos (para não dizer todos) duvidaram do que ele poderia entregar.
Aos 37 anos, Frederico Chaves Guedes é capaz de criar perigo mesmo com pouco espaço e se movimentando pouco. Limitações da idade, que o jogador soube encarar para se manter em alto nível. A classe e visão de jogo do jogador do Fluminense diante do River foi exaltada em inúmeras análises táticas, nacionais e até mesmo internacionais, como na crônica sobre a partida do jornal argentino La Nación. Isso por conseguir criar gols de diversos modos, e não apenas finalizando com qualidade, como já estamos acostumados a ver.
Uma das principais qualidades de Fred nessa adaptação, especialmente neste jogo (explicitadas no ‘Painel Tático’ do GE pelo jornalista Leonardo Miranda) é justamente a velocidade de raciocínio do artilheiro. Fator essencial para o estilo de jogo do Fluminense, que é apoiado na velocidade, seja na corrida com os jogadores da ponta, ou então de raciocínio com a bola, essa centrada nas figuras de Fred e Nenê. Outro veterano que aos 39 é capaz de decidir jogos importantes.
Há algum tempo Fred merece um pedido de desculpas. Considerado um “cone” por muitos pseudo-espectadores do futebol, Frederico seria o primeiro a integrar um Hall da Fama brasileiro, se existisse.
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