Opinião

Calor no Itapocuzinho

Calor no Itapocuzinho

Rapaziada, vou dizer uma coisa forte: hoje ao meio-dia estive em Schroeder. Ali, no centro da city, naquela única longa rua. Sem ar condicionado.

Passei por Guaramirim e vi a mensagem na placa: “Ponte sobre o Rio Itapocuzinho”. Era então Jaraguá. Antes da Weg guinei à direita. Passei por John People, dobrei de novo à direita, vi de novo a mensagem em outra placa: “Ponte sobre o Rio Itapocuzinho”. Rapaziada, vou dizer uma coisa forte: sei lá o que tem nesse rio, mas deve ser uma fornalha.

Schroeder no verão é o lugar mais quente do mundo. Há quem diga que na verdade é Jaraguá. Outros reclamam o título pra Blumenau. Indaial, dizem outros tantos, é fortíssima candidata. Se não me engano, Gaspar registrou uma marca histórica no verão passado. De fato, esses vales do norte de Santa, cheios de água e de mata abundante e de cantos recônditos às margens dos rios, são saunas naturais. Mas dentre todas, a de Schroeder é a mais quente.

Era meio-dia e eu no carro. Fui buscar uma encomenda. Endereço: Castelo Branco, dois mil e pouco. Começa por aí: a única longa rua se chama “Castelo Branco”! Pô, tanto nome bonito pra dar, foram escolher o do Marechal do golpe! Francamente… Pensando nisso me perdi. Fui. Voltei. Tranquei o trânsito. Ouvi buzinas. Resultado: congestionamento no centro da city. Ao meio-dia. Por minha culpa. Sem ar condicionado.

Enfim cheguei ao destino. Peguei a encomenda. Saí pra almoçar. Quando cheguei no restaurante, estava ensopado. Estávamos. Eu, os garçons, os clientes. Em cada centímetro de nossas geografias, do Pico das Almas ao Itapocuzinho. O bufê era bom mas o restaurante estava na temperatura ambiente. Digo, ambiente de Schroeder.

Rapaziada, eu confesso: tomei uma gelada. Eu teria que dirigir até Bevê e tal. Mas não resisti: tomei, admito. Os poucos e longos goles que eu dei atenuaram o calor. Quase peguei um cafezinho no fim. Mas então entrei no carro. Ele ali, ao sol, nalgum ponto da Castelo Branco. Não, não era uma sauna. Sauna é quente mas é relaxante. O calor ali era agressivo, torturante, mau.

Abri as janelas e acelerei. Passei pelas duas pontes do Itapocuzinho sem nem ler as placas. Rasguei a 280 como quem, prendendo o ar, só fosse respirar na 101. Cheguei em Bevê minutos depois. Entrei correndo em casa, peguei a bermuda e a prancha, corri pro Syphodys. Ufa: a brisa, o mar, o Atlântico.

Então parei pra registrar por escrito o episódio. Estive em Schroeder, ao meio-dia, numa segunda de sol de verão. Era isso, rapaziada. Valorizem a brisa do mar. Os dias amenos outonais. E o ar condicionado.

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