Opinião

Cármen Calon: Ménage astral

Cármen Calon: Ménage astral
The Vision of Endymion de Edward John Poynter (em Bristol Museum & Art Gallery)

Na conjunção do Sol com Vênus se intrometeu a Lua Nova. Nova e linda e tingida de penumbras. A primeira após o equinócio, já exalando o frescor que prenuncia o inverno. É uma Lua intacta e nua, ainda virgem do assédio solar.

Vênus tem espreitado o Sol há muitos dias. Na verdade, há muitas eras. Ela, o astro mulher, a luz afrodisíaca, alinhou-se nos últimos dias ao Senhor do Fogo. Exatamente quando a conjunção se dá, aparece a Lua. Como não supor sua lascívia? Como não imaginar Selena e Hélio e Afrodite num ménage astral?

Você dirá que isso loucura. Talvez. Mas a própria astrologia também é. O que é isso, a interpretação das luzes astrais, senão um tipo de loucura? Uma loucura rigorosamente luminosa.

duas formas de fazer astrologia: deixar que os astros deem sentido ao nosso destino; ou dar aos astros um sentido que nasce em nós. As duas me agradam. Em ambas há poesia. Hoje escolhi a segunda forma. Vejo a Lua e Vênus deitadas na lã de Áries sob olhos do Sol. Há nisso um sentido? Claro. Ele nasce em mim? Claro. O que ele significa pra você? Não sei exatamente, mas sugiro tentar descobrir.

Cármen Calon

Cármen Calon é astróloga com amor pela, e às vezes pânico diante da, astronomia.

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