No último domingo o Brasil recebeu a primeira remessa de vacinas do consórcio global Covax Facility. São 1.022.400 de doses do imunizante da Oxford/AstraZeneca fabricado na Coreia do Sul. O Ministério da Saúde afirmou que mais 1,9 milhão de doses devem chegar até o final de março.
A notícia, em si importante, merece especial destaque. O Covax Facility é um programa criado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) junto a entidades filantrópicas para ampliar a distribuição dos imunizantes e garantir que nações de baixa renda não sejam esquecidas. Segundo a OMS, o projeto oferece uma “carteira de vacinas diversificada e ativamente gerenciada”.
A iniciativa mira no alvo. Ela inverte – ou tenta inverter – a tônica mercadológica do processo de imunização. Grandes empresas têm protagonizado esse processo. Oferta e demanda, formação de preços, poder econômico – tudo isso têm determinado os primeiros resultados. Nada contra a atuação dessas empresas e os resultados desse processo mercadológico. Mas por que deveríamos crer que essa é a única forma de enfrentar a situação? A vacina não pode se restringir apenas a quem pode pagar.
O combate à Pandemia é um desafio da humanidade. A imunização é uma necessidade coletiva. Não se trata, o Projeto Covax, apenas de altruísmo: enquanto o grupo humano não for amplamente imunizado, cada ser humano – vacinado ou não – permanecerá sob a ameaça do vírus.
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