
Werner o astronauta viu a hecatombe pela janela da nave. As entranhas da terra emergiram. O gelo dos polos se desfez. Uma fumaça negra encobriu o planeta azul: quando ela se dissipou, ele tinha outra cor.
Ao aterrissar ele era o único homem vivo e a terra, um único deserto. Ele desbravou a geografia muda da solidão. Sobre a duna everéstica deixou cair a última lágrima da história.
Finalmente pensou no passado e futuro. Deus errou ao criar a humanidade? Também a Deus só resta o suicídio?
E soube, enfim, por qual razão viver: ele e Deus precisavam ser salvos.
E foram. Em meio às ruínas do mundo ele achou um templo. Ali viveram ambos, ele e Deus, até o último instante.
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