Reservem à palavra do título, por favor, um sentido especial e positivo. Especial porque ela, a palavra, se aplica a poucos, pouquíssimos: é talvez um dos nossos desafios, neste artigo, dizer quão poucos eles são. E positivo porque, afinal, ela designa os craques, os gênios, os melhores. As lendas, na acepção precisa que aqui empregamos, são os melhores de todos os tempos. Entre eles, definitivamente, está Kevin Durant.
Kevin ganhou dois títulos da NBA, a liga americana de basquete. Foi considerado o melhor jogador da temporada 2013-14 usando a camisa do modesto Oklahoma City Thunder. Na temporada 2016-2017 transferiu-se para o Golden State Warriors, onde formou com o Stephen Curry o time mais forte da liga – e talvez um dos mais fortes da história. Ganhou dois títulos seguidos da NBA, sendo considerado – em ambos – o melhor jogador das finais.
Isso é suficiente pra torná-lo uma lenda? Talvez. Como dissemos, a palavra se reserva a poucos: Russell, Chamberlain e Abdul-Jabbar; Larry, Magic e Dr. J; Jordan e Kobe; Curry e LeBron. São dez, segundo nossas contas.
Agora são onze. Se havia alguma dúvida, depois do jogo dessa última noite, 15, não há mais. Kevin fez história. Era o quinto jogo do playoff. A série estava empatada em 2 a 2. Os Nets, time de Durant, venceram as duas primeiras com relativa facilidade. Mas os Bucks reagiram com um jogo sólido e a ajuda do acaso: contusões tiraram da disputa Kyrie Irving e James Harden. Os Nets são um time montado sobre três craques, mas ontem não contou com dois deles: Kyrie nem pisou a quadra; Harden, machucado, teve um dos piores jogos de sua carreira. Restava Kevin Durant.
E ele ganhou o jogo. Perdoe-se o pronome no singular, mas é a pura verdade: ele, Kevin, ganhou o jogo – sozinho, ensolarado, dono de um brilho que ofuscou todos os demais. Poderíamos talvez citar outros nomes que tiveram boa atuação. Mas a memória, sedenta por brilho, insiste em só recordar de Kevin Durant.
Se havia dúvida, agora não há: Kevin é uma lenda. A quem aprecie o basquete, é ótimo sabê-lo. A quem não aprecie o esporte, mas sim as lendas, fica a dica: há uma que está fazendo história.
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