Leão e a Lua

Tempo de Leão e a Lua está como? Louca. Sim, louca. Por duas vezes durante estes dias leoninos ela será cheia em Aquários. O quarto minguante é em Touro. O crescente, em Escorpião. Com a Lua nova, são quatro cenários. Sendo o Sol o regente de Leão, estes quatro marcos – conjunção, oposição e quadraturas – devem ser vistos com cuidado. 

A Lua esteve em oposição ao Sol no último dia 24. Oposta ao Sol a Lua é cheia. Em Aquário ela é fluida, prolífica, dionisíaca. Espalha suas dádivas com incontida profusão, como o poço de que fala Nietzsche no Zaratustra: dali se extrai uma água pura e infinita, que podemos beber até nos saciarmos completamente. Ou melhor: até nos extasiarmos.

Em quadratura com o Sol, minguante em Touro no primeiro dia de agosto, a Lua ressaltava a influência do elemento terra. Saturno e Júpiter, também em quadratura com a Lua, acentuavam essa influência. Foram dias de considerar as forças telúricas de nosso planeta. Dias dum frio intenso que mostraram, depois de derretido o gelo, a face limpa de nosso chão. Dias em que aprendemos o valor inestimável de nossos bens mais básicos. 

No próximo dia 8 será Lua nova. Em conjunção vão estar não apenas a Lua e o Sol, mas também Mercúrio. Todos em Leão. Tempo de ouvir nossos impulsos rugirem. Tempo de libertar nossas pulsões feéricas. O elemento fogo tentará consumar-se. Nossas máscaras podem virar cinzas.

Uma semana depois será o quarto crescente e a Lua estará em Escorpião. Oposta a Plutão, pode suscitar ânimos irascíveis. O instável equilíbrio do ser pode acabar numa explosão atômica. O que é o átomo senão o instável equilíbrio de energias opostas? O que é a explosão senão essa instabilidade consumada?

E virá novamente a Lua cheia. Nesse dia ela estará transitando de Aquário a Peixes. Enquanto o Sol, deixando Leão pra trás, trará o tempo de Virgem em conjunção com Mercúrio e Vênus. A Lua louca dos dias leoninos, agora na transparência do ar e da água, será enfim lúcida.