
O jogo entre Cádiz e Valencia pelo campeonato espanhol, no último domingo, não foi marcado pelos gols e pelo bom futebol da La Liga. Pelo contrário, o momento que chamou atenção foi (mais um) possível caso de racismo. Aos 29’ do primeiro tempo Mouctar Diakhaby, zagueiro de 24 anos do Valencia, procurou o árbitro para relatar insultos racistas vindos de Juan Cala, zagueiro do time adversário. O brasileiro Gabriel Paulista foi um dos que tomou a iniciativa de retirar o time de campo, em uma ação que mostra que o caso não é algo que deve ser banalizado no futebol, e em lugar algum.
Mesmo após a paralisação, os jogadores voltaram a campo, segundo o lateral Gayà, do Valencia, os jogadores da equipe foram intimados a voltar para o campo “Nos disseram que, se não voltássemos, perderíamos 3 pontos ou mais. Ele (Diakhaby) disse que não iria voltar para o jogo, estava muito triste. Foi um insulto muito feio que ele sofreu, algo que não vou repetir. Não conseguimos falar com Cala, porque ele foi o último a sair (do campo), mas estou certo que ele disse algo”, afirmou. Um dos maiores jornais da Espanha, o Marca, trouxe em sua capa desta segunda as palavras “Não está sozinho” (No está solo), em apoio ao zagueiro, e classificou o episódio como inaceitável.

A notícia se repete, mas não pode de forma alguma ser encarada como algo comum. Um dos casos mais memoráveis recentemente aconteceu no jogo entre PSG e Istanbul Basaksehir, quando o quarto árbitro da partida, o romeno Sebastien Coltescu, ofendeu um membro da comissão técnica do time turco. Em Portugal, no jogo entre Vitória de Guimarães e Porto no início de 2020, o malinês Marega, atacante dos dragões, sofreu ataques racistas da torcida dos torcedores locais, que também atiraram objetos no jogador. Revoltado (e com razão) Marega deixou o jogo.
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