O Ano Novo, também chamado de “2022”, nascerá na hora zero de amanhã. Já tracei seu mapa astral. Confesso tê-lo achado interessante. Acompanhem.
Como todo novo ano, ele nasce em Capricórnio com ascendente em Libra. Quadratura luminosa, plena de tensões decisivas, entre os signos cardinais. Eu teria muito a dizer sobre ela. Mas isso valeria pra todos os anos, que sempre nascem – ao menos segundo o nosso calendário gregoriano – na hora zero do dia primeiro de janeiro. Prefiro ressaltar o que 2022 tem de distinto.
Saturno, o regente do Ano Novo, estará em Aquário. O planeta dos anéis tem o nome que os romanos deram a Cronos: o pai cruel, a personificação do tempo, o deus que dissolve a criação. Shiva entre os hindus tem aspectos similares: ele opera a extinção e permite o recomeço. À luz fugidia da Lua minguante, Saturno em Aquário é a potência dissolvente em sua fluidez máxima: como se o tempo que está por vir se destinasse a extinguir algo. E o que é 2022 senão uma parte – a mais imediata, a mais urgente – do tempo que está por vir?
Mas o dado mais interessante no mapa astral do Ano Novo é a estrita conjunção entre Vênus, Mercúrio e Plutão. Os três em Capricórnio com o Sol. Sempre há intenso choque de energias quando se encontram Vênus e Mercúrio, ou Afrodite e Hermes, a deusa que ama e o deus que ambiciona. Este encontro é agora iluminado pela luz solar, ao tempo em que acompanhado por Plutão, ou Hades, o deus das profundezas. É, em suma, o cruzamento de energias fundamentais: o amor e a ambição, a luz e o abismo.
Minha astrologia sugere que 2022 é uma encruzilhada. De fato, o século nos conduz até ela: não é preciso ver os astros pra compreendê-la. Basta ver a história, as forças que a impulsionam, o horizonte nebuloso a que apontam. O Ano Novo nos espreita com o velho desafio: “decifra-me ou te devoro”. A astrologia talvez ajude a decifrá-lo; mas apenas a consciência deste tempo, e a coragem de enfrentar seus grandes monstros, poderá assegurar nosso destino.
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