Arte

Medo

Medo

Que voz é essa
Essa que ecoa em sua cabeça
Em sua cabeça
Sua cabeça

Essa voz sínica e serena
Que te pergunta e te responde
Te julga e te condena

Que gesto é esse
Esse que te envergonha
Ímpeto desmedido
E tu de fora assiste

Que sonho é esse
Que te perturba a memória
E insiste e insiste e insiste
Nessa tua cabeça

Abandone estas armas inúteis
Teu peito nu e franco
Teu olhar sincero

Largue estas palavras estúpidas
Mostre suas mãos
Acene às saudades

Que voz é essa
Que gesto é esse
Que sonho é esse

O pânico de perder
Este que te faz violento
Esta voz que te denuncia

Abandone estas armas inúteis
Que a paz não se encontra
Se faz num trabalho sem fim

Sem fim
Sem fim
Sem fim

Que voz é essa
Que sai dessa boca
Que sai desse riso

Que sai desse vazio
Que sai desse nada
Que vem desse oco

Ói o boi chifrudo
Vem te furar o bucho
Que bicho brabo desse jeito
Só fura quem está com medo.

Wagner Rengel

Wagner Rengel quis ser silêncio depois pássaro depois peixe depois vento depois grilo quis ser gente depois nada. Mora em Curitiba.

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