Quais são suas dúvidas? Quais respostas você espera achar em seu horóscopo? O que você deseja – este é o verbo exato – que a astrologia lhe diga?
Certamente você quer saber algo sobre o futuro. O passado você já conhece – o seu, ao menos. Além disso, não há o que se possa fazer quanto a isso: o que está feito, está feito. Nem Deus pode mudar o passado. Se pudesse, nada existiria: seríamos os inconcluíveis esboços do Supremo Artífice. Nossa vida é obra, e não esboço, de Deus: essa é a primeira premissa de toda verdadeira religião.
Mas nenhuma verdadeira religião ousará predizer seu futuro. Pois cada uma é também um código moral. Logo, pressupõe o livre arbítrio: você suporta as consequências de seus atos. Esta é a segunda premissa de toda religião: seu futuro depende de suas escolhas.
Por isso a astrologia não é uma religião. Ela considera, ao pensar sobre seu futuro, fatores que estão além de você. Esses fatores atuam sobre seu corpo e seu espírito. A astrologia lhe dá conselhos para bem reagir a eles: há também nela uma certa moral, ainda que eventualmente imoral. Mas eles, os tais fatores, estão além de você. Porque é óbvio que seu futuro, embora dependa de suas escolhas, não depende só disso. É preciso descobrir os tais fatores em algum lugar. Os astrólogos os acham no céu.
No céu você descobrirá as respostas que deseja. Pois no fundo é isso: só, é tão só, desejo. O futuro que você quer ver, ou antever, é aquilo que seus desejos projetam. E eles são tão flamejantes que sua luz respinga no céu. Somos, assim desejando, seres luminosos como o sol.
Dou um exemplo: eu mesma. Estou aqui, na praia, ao nascer do sol. Abro o mapa: Vênus com a Lua em Sagitário. Ela (sempre me refiro a Vênus no feminino) é minha regente. A Lua, minha obsessão. Sagitário, o mistério. Adoro desvendar mistérios. Ali, no fundo de meu maior mistério, há meus desejos. No fundo do cenário há alguém que me olha. Em meu futuro, eu concluo, há de haver o amor.
Percebo o quanto foi bela essa previsão. O quanto é poética a astrologia. E o quanto é vasto o futuro. A poesia saltita sobre essa vastidão. Assim como a astrologia saltita sobre as luzes do céu.
Ainda me restam dúvidas? Claro. Sempre me restarão? Claro. Mas sempre haverá a certeza de meus desejos e, por isso, a abertura ao meu futuro. E sempre, no céu, estará Vênus (eu a vejo como um astro flamejante). E nela, a poesia. E nisso, na linguagem que toca o céu, a astróloga que logo sou.
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