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Os caminhos da Chape ao recorde negativo no Brasileirão

Os caminhos da Chape ao recorde negativo no Brasileirão

Resultados de hoje são reflexo do planejamento tardio

A volta da Chapecoense à elite do futebol brasileiro veio acompanhada de toda expectativa criada em cima de um time que venceu uma Série B disputada e emocionante até o fim. Neste ano a briga do time não tem sido na parte de cima da tabela, pelo contrário, acumulando recordes negativos a Chape tem sofrido para tentar sair da lanterna. Até o momento são 17 jogos sem uma sequer vitória, seis empates e 11 derrotas. A marca negativa superou outro catarinense, o Avaí de 2019, na pior campanha na história da competição neste mesmo ponto do campeonato. Entre pontos perdidos, trocas de comando e outras mudanças que não surtiram efeito o time caminha a passos largos para seu segundo rebaixamento na história.

Uma matéria recente do Globo Esporte demonstrou que a chape precisaria de um aproveitamento de “58,7% para sonhar com a permanência”. Ou seja: pelo menos 12 vitórias e um empate nos 21 jogos restantes. Mas antes olhar para a segunda metade da competição buscamos entender os fatores que trouxeram a Chape a este recorde infame.

A missão da Chape em 2021 era clara: tentar não ser um daqueles quatro times que dizem adeus ao Brasileirão no fim ano. A grande maioria dos guias do campeonato (seja da PLACAR, UOL, SporTV ou ESPN) demonstravam que o alviverde iria brigar pela permanência. Enquanto para alguns essa fuga do Z4 poderia até mesmo resultar em uma busca por vagas na Sulamericana, ninguém pensou que a Chape seria de fato o time mais frágil da competição.

Agora, a equipe catarinense se tornou um daqueles times do qual o adversário se vê com a obrigação de vencer, até mesmo dentro da Arena Condá.

Perdas e um elenco curto

O ponto mais problemático equipe tem origem lá no início do campeonato, na demora para planejar seus passos na elite nacional. Para Eduardo Florão, setorista do clube pelo Globo Esporte, “a chape demorou pra ir ao mercado. Economizou no período do estadual e quando foi ao mercado já no início do brasileirão não encontrou as peças que precisava.”

A isso se soma as perdas da campanha vitoriosa na B, com baixas de peso como João Ricardo (hoje no Ceará), Luíz Otávio (Bahia), Alan Ruschel (América MG), William Oliveira (Ceará) e Paulinho Moccelin (Londrina).

Já no cenário atual, jogadores que foram bem em campeonatos passados ainda não conseguiram repetir os bons números. Perotti, por exemplo, jovem que sobrou no Catarinense com 15 gols, balançou a rede em apenas duas oportunidades na Série A. Já Anselmo Ramon, artilheiro da Chape na Série B 2020 com 10 gols, marcou três vezes neste Brasileirão. Claro que, a estes números é necessário levar em conta a diferença gritante entre os campeonatos, mas demonstra que o poder ofensivo do time também foi afetado pelo planejamento. São 14 gols em 17 jogos. Problema ainda maior reside na defesa: é o time mais vazado da competição (sofreu 29 gols), sendo que boa parte das perdas importantes que o time não conseguiu suprir foram no setor defensivo.

Vai e vem no comando

Ainda durante a campanha do Catarinense 2021 a Chapecoense anunciou que o técnico Umberto Louzer havia pedido para deixar o clube. Na época treinador recebeu uma proposta do Sport e assim rumou para Recife. Hoje, após quatro meses, a Chape ainda enfrenta problemas para encontrar um técnico e Louzer já nem está mais no comando do Sport…

Entre técnicos e interinos são cinco trocas desde o início de 2021. No ano, a equipe foi dirigida por: Umberto Louzer, Felipe Endres (interino) Mozart Santos, Felipe Endres (interino) Jair Ventura e Pintado. Essas trocas representam também estilos diferentes de jogo, mas tinham em comum o fato de serem treinadores acostumados com peças mais limitadas e com o pouco favoritismo.

Em apenas três jogos com Pintado, o time apresentou uma melhora considerável principalmente no fator ambiente do vestiário. Mas mesmo mais organizado dentro de campo, a Chape ainda busca somar os três pontos para tentar embalar.

Polêmicas de Arbitrarem

Outro capitulo que apimenta ainda mais a passagem da Chape nesta edição do campeonato são as polêmicas envolvendo a arbitragem. Além da reclamação de torcedores em jogos recentes, o clube chegou a fazer uma reclamação formal à CBF, compilando vídeos de lances considerados duvidosos e questionando o a atuação do VAR nas partidas contra América Mineiro e Atlético Goianiense.

Próximos passos

Com o rebaixamento batendo na porta a Chapecoense se encontra em um momento singular do campeonato. Muita coisa ainda irá acontecer e nada está definido no Brasileirão, mas o recorde negativo de jogos sem vencer e a lanterna isolada são sinais mais do que concretos de que essa deve ser uma temporada esquecível do time do Oeste. Dentro do clube, a filosofia vigente é a da esperança enquanto há campeonato pela frente, por mais que a possibilidade do rebaixamento já seja um tópico recorrente entre os torcedores.

Gabriel Oliveira

Futebol brasileiro e mundial em textos com opinião, fatos e dados.

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