Opinião

Voimer Cataneo: Nascidos das cinzas de bandas como Joy Division, Editors é a banda “nova” mais legal dos últimos tempos

Voimer Cataneo: Nascidos das cinzas de bandas como Joy Division, Editors é a banda “nova” mais legal dos últimos tempos
A banda The Editors

Como o lançamento do primeiro álbum de estúdio dos Editors – veja bem, Editors, e não The Editors – é do ano de 2004, não se pode definir que eles são exatamente uma novidade no mundo da música, mas no coração daqueles que pararam no espaço-tempo musical, são uma criança!

A banda foi criada no ano de 2002, em Birmingham, Inglaterra, tendo como exponencial o vocalista e letrista Tom Smith que, deve-se reconhecer, é muito bom mesmo. Sabe quando alguém diz que determinado compositor é um poeta e, quando você vai acompanhar suas letras, uma coisa não se conecta com a outra, nada faz sentido? Então, Tom Smith não é assim, poucos cantam o amor e tristeza como ele.

Claro, uma banda que tem a notável influência do Joy Division, da quase vizinha Manchester, só poderia gerar um filho assim. Seu meio-irmão americano, talvez seriam os new yorkers do Interpol. Em entrevista ao site Gigwise, em 2015, Smith disse que “se eu cantasse sobre pistas de dança, felicidade e coisas rosadas, não seria verdadeiro para mim. Não sei porque é assim. As pessoas com frequência dizem “você escreve essas canções tristes, mas não é uma pessoa triste”. E eu não sou, eu não acho que precise ser triste para escrever uma canção triste, todos tem um lado escuro”.

O primeiro álbum da banda é do ano de 2005, “The Back Room” e, na minha opinião, é um disco um pouco mais cru que os demais, talvez ainda pelo baixo orçamento, e é dos melhores da sua carreira musical. Mas o que mais caracteriza a banda já estava lá: letras criativas, sintetizadores e riffs pegajosos. O disco chegou a ser o número 2 em vendas no Reino Unido, alavancado pelo hit “Munich”, mas todo os disco é bom, sem músicas ruins. “Lights”, “Camera” e “Bullets” são acima da médica também.

Outro álbum que merece muito destaque é o segundo, de 2007, “An End Has a Start”. Esse disco chegou a ser o mais vendido no Reino Unido e tem a canção de mesmo nome que, na minha humilde opinião, é uma das mais legais que ouvi nos últimos dez anos (sim, chega uma idade na tua vida que tu achas que tudo aconteceu no máximo dez anos atrás!). Acho impagável o verso “You came on your own, That’s how you’ll leave, With hope in your hands and air to breathe“. Tá aí um cara triste, porém confiante! Em “The Weight of the World”, Tom Smith manda um “You touch my face, God whispers in my ear, There are tears in my eyes, Love replaces fear”. Que homem! “Bones” também é uma das preferidas da casa.

Ao contrário da tradicional lista de bandas inglesas afetadas que vendem muitos discos, tal qual as suas letras, o Editors seguiu parcialmente nas sombras e sem os tradicionais escândalos midiáticos. Talvez a vez que a banda mais esteve sob os holofotes do grande público fora do Reino Unido tenha sido quando colocaram a faixa “No Sound but the Wind” na trilha sonora da Saga Crepúsculo: Lua Nova, 2009, um sucesso entre os adolescentes. A canção é uma baita balada em voz e piano.

Aí você me pergunta se vale assistir uma hora e meia de filme teenager para ouvir trinta segundos de Editors? Eu te respondo: o lado direito do sofá é meu!

Voimer Cataneo

Voimer é apaixonado por música e futebol. Mora em Florianópolis.

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