Opinião

Voimer Cataneo: No último 18 de maio completaram-se 41 anos da morte do vocalista e letrista de uma das bandas mais influentes do rock, o Joy Division. Nesta data, falecia Ian Curtis.

Voimer Cataneo: No último 18 de maio completaram-se 41 anos da morte do vocalista e letrista de uma das bandas mais influentes do rock, o Joy Division. Nesta data, falecia Ian Curtis.

Ian Kevin Curtis nasceu em Manchester, Inglaterra, em 15.07.1956 e, desde jovem, era um aficionado por rock’n’roll e literatura. Mas a sua decisão de montar uma banda, assim como tantos outros de sua geração, foi tomada depois de ver os Sex Pistols tocando em Manchester, em 1976.

Ver ali, ao vivo, as gratuitas manifestações de raiva e inconformismo de Johnny Rotten e cia. foram o estopim para aquele jovem tímido, muito em razão de sua epilepsia, se juntar a Peter Hook e Bernard Sumner e montarem a então denominada banda Warsaw. Ian Curtis já andava por aí com sua icônica jaqueta pixada “Hate” nas costas.

Posteriormente, a banda mudou o nome para Joy Division, uma piada de gosto duvidoso, uma vez que como “divisão da alegria” era conhecido o lugar onde os oficiais nazistas mantinham contato com as prisioneiras judias.

A banda lançou apenas dois álbuns de estúdio, “Unknown Pleasures”, em 1979, e “Closer”, em 1980, postumamente ao óbito de Ian.

Ele, desde a adolescência, já desenvolvia problemas com drogas e álcool, o que agravava ainda mais suas crises de epilepsia. Seu jeito desajeitado de dançar no palco, onde ele fazia movimentos aleatoriamente, muitas vezes atrasava o auxílio quando iniciavam suas fortes crises, pois as pessoas não percebiam se ele estava dançando ou tendo uma crise epilética até que ele caísse contorcido ao chão. Da dificuldade em manejar suas crises, ele escreveu a música “She’s Lost Control”.

Ian Curtis casou-se muito novo, aos 18 anos de idade, em 1975, e em 1979 teve sua única filha. Durante uma excursão à Bruxelas, ele conheceu uma jornalista local, com quem manteve um caso amoroso por algum tempo. Quando o caso extraconjugal tornou-se público, sua esposa o deixou.

Diante da culpa que o consumia pela traição que levou ao fim do casamento, a depressão, potencializada pelo consumo de drogas e medicação excessiva para controle da epilepsia, no dia 18.05.1980, ele suicidou-se em sua casa enforcando-se com a corda do varal de roupas, na véspera da primeira turnê americana da banda. Na vitrola, tocava o disco “The Idiot”, de Iggy Pop, quando sua ex-esposa o encontrou.

Curiosamente, o maior sucesso da banda, “Love Will Tears Apart” – eleita por aquele que vos escreve como a melhor música de todos os tempos – foi lançada apenas após sua morte, em junho de 1980, não podendo Ian desfrutar do grande sucesso que esta canção se tornou.

Seus companheiros Bernard Sumner, Peter Hook e Stephen Morris, com o fim do Joy Division, montaram o New Order, em um dos raros casos de uma grande banda que deu origem a outra.

Voimer Cataneo

Voimer é apaixonado por música e futebol. Mora em Florianópolis.

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