Arte

Luana Plebani (arte) & Werner Schön (texto): Dani, ela

Luana Plebani (arte) & Werner Schön (texto): Dani, ela
Arte de Luana Plebani (@lp__artes no Instagram)

Eu ando louco, Dani. Nada aconteceu, mal nos falamos. Mas ando louco. Quando te conheci te dei um cartão com meu nome. Você me propôs amizade no face. Trocamos mensagens e eu, chegando aos pouquinhos, fingi adivinhar o que você tava fazendo. E seu telefone. Você entendeu a brincadeira mas não disse o número. No dia seguinte você pediu qual era minha intenção. Eu disse que diria, se fosse pelo whats. Você advertiu que não é curiosa. Eu respondi que sou, e muito, e que não tenho pressa. Achei boa a resposta. Não foi. No terceiro dia você postou uma foto linda, tua solidão e tua flor, e aquela frase implacável.

Como assim, Dani, “perder oportunidades”? O que diabos eu não fiz? Não é óbvia minha “intenção”? Não é bastante, Dani, ela?

Mandei depois uma mensagem. Duas. Você não respondeu. Eu ando louco, Dani. Não sei se tô obcecado por tuas fotos no face. Por teu vestidinho branco e preto. Ou se te amo. Sei que não consegui dormir. E que não adianta tentar contato. Nada aconteceu, mal nos falamos. E tudo já acabou. Tudo, Dani.

Soprei um suspiro salobro num pacote plástico que joguei aos pés dos caminhões que passam aqui na ponte. Teu post, tuas mensagens, teu vestidinho, tudo isso foi tão pouco. Mas me derruba feito um atropelamento. Ando vazio, Dani. Tudo é tão pouco. Tudo, Dani, acabou.

Werner Schön

Werner Schön tenta fazer literatura. Em Jaraguá do Sul.

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