
O futebol é como um imenso papiro a se desenrolar sobre o tempo. Cada gol, cada vitória, cada título – tudo é um rabisco, um traço, um ponto que marca o tecido sedoso desse grande livro.
Lamela, em jogo pelo Tottenham no último fim de semana, deixou sua marca no papiro. No clássico contra o Arsenal anotou um gol antológico: com um golpe de letra, fez a bola atravessar uma floresta de pernas e entrar certeira no canto do gol.
Parecerá a muitos uma marca irrisória essa do Lamela. A mim pareceu um sinal dos deuses – de Apolo ou Dionísio, sei lá. Mais que uma marca, uma letra: algo cuja beleza não se limita a encantar: algo que se inscreve, que se escreve, no livro da história.
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