Antes de iniciarmos, uma observação: sabemos que o superlativo do título é contestável. Mas este texto orbita em torno deste adjetivo pártrio: ‘britânica’; e se permitirá abusar dele, inclusive para superlativá-lo. Isto posto, vamos à lista. Ou melhor: ao texto.
A Radio X, uma das mais conceituadas publicações britânicas sobre música (sobretudo música britânica), realiza anualmente uma pesquisa que, estamos convictos, atiçará sua curiosidade. A enquete é a seguinte: “qual a melhor música britânica de todos os tempos?” Com base nas respostas, a Radio X elabora seu “top hundred”: a lista anual das cem melhores “british songs” da história. Sabemos que esta última frase soou como um verso daquela música dos Titãs. Mas é isso mesmo: todo ano é eleita uma nova “melhor música da história”; e uma nova “lista das cem melhores”.
Os critérios da pesquisa talvez sejam demasiado abertos. Mas há um fator que dá uma importância especial a seus resultados: o público consultado é majoritariamente britânico. Essa observação pode parecer óbvia, mas não é. A música britânica, ao lado da americana, é a mais cosmopolita. Seus fãs se espalham pelo mundo. Portanto, há um certo charme numa eleição em que a música britânica é avaliada pelo público britânico. O “top hundred” deste ano, recentemente divulgado, é fantástico. Os ouvintes da Abertura, programa que vai ao ar na sintonia 94.5 do FM, hão de concordar.
No topo da última lista está o Oasis com “Live Forever”. O clássico single de 1994 volta a vencer a eleição após dois anos: em 2019 e em 2020 o título ficou com Bohemian Rapsody, do Queen. Ok, é verdade: há músicas britânicas melhores. Mas lembre-se: o público da pesquisa é britânico; a canção e a banda, bem britânicas; sua escolha, portanto, é britanicíssima.
Nós avisamos que abusaríamos do adjetivo. No fundo, era dele que tratávamos.
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