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Concussão no futebol: problema sério e a solução da Premier League

Concussão no futebol: problema sério e a solução da Premier League
Rui Patrício ao sofrer concussão cerebral no jogo entre Liverpool e Wolves.

Na segunda-feira, um daqueles lances fortes do futebol chamou atenção das redes sociais. No jogo entre Wolverhampton e Liverpool pela Premier League, Salah recebeu a bola entre os defensores, avançou e cavou por cima do goleiro Rui Patrício. Um golaço, mas Salah estava impedido no lance. O que passou despercebido pela transmissão, porém, foi o choque entre o goleiro e um defensor dos Wolves no momento do lance. Caído no chão, Rui Patrício precisou de atendimento médico por 10 minutos e foi substituído pelo também experiente John Ruddy. Patrício sofreu uma concussão.

A concussão é um dos problemas banalizados no futebol, mas que tem sido pauta de discussões recentes em todos os esportes. Acontece naqueles lances onde o jogador/jogadora bate a cabeça parece confuso em campo nos momentos seguintes. Seu cérebro sofreu micro lesões, podem ser reversíveis ou não, mas são extremamente danosas a longo prazo. Pode ainda ter perda de consciência momentânea (como no lance de Rui Patrício), ou apenas confusão mental.

Mas após o choque o jogador geralmente volta a campo, por insistência própria ou do técnico. Acontece que mesmo em campo, minutos após a pancada, a confusão mental permanece. O jogador não rende e agrava o problema. Um dos casos mais memoráveis é o de Alvaro Pereira, na Copa do Mundo de 2014.

Para diminuir os problemas da concussão, a Premier League aprovou a regra das substituições extras no início deste ano. A substituição de Patrício por Ruddy foi a quarta do time laranja na partida. O regulamento prevê três substituições para cada time em condições normais. Em caso de concussão, o time ganha mais uma. Para evitar que um jogador finja a concussão, o time adversário também ganha a oportunidade de substituir mais uma vez. Caso ocorra mais uma vez, o time ainda ganha uma quinta e última substituição, e o adversário também.

A alternativa não elimina o problema. O futebol é um esporte de contato, o que gera pancadas fortes em alguns momentos, mesmo sem a intenção. Mas ao ser substituído e iniciar seu tratamento logo após o choque, como em qualquer outra lesão do esporte, as chances de maiores danos no futuro diminui. A medida evidencia a questão e pressiona outras ligas que se espelham no campeonato de maior sucesso no mundo.

Gabriel Oliveira

Futebol brasileiro e mundial em textos com opinião, fatos e dados.

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