Arte

Cordel fúnebre-anedótico

Cordel fúnebre-anedótico

Disse alguém uma anedota 

Não importa a quem ouvisse: 

É sobre um velho que trota

Desde a tenra meninice

Sempre ali na mesma rota,

na mesma e total vigarice, 

e virou o bê e o jota

De Jotabê e seu vice,

Fornecendo à sua frota

Toneladas de burrice

Dada a cada patriota

Da pátria donde fugisse 

Depois que sua patota

Dos ministérios caísse

Como cocô numa bota

Que ele usava quando disse

Que a vacina era a gota

Do veneno da esquerdice 

Feito na China ignota

Bem no buraco da Alice. 

E disse tanta lorota

E tanta sem-vergonhice

Que lá do inferno se nota

Que talvez ele servisse 

Pra entrar na velha cota

Dessa filhadaputice 

Que Deus do Céu sempre enxota

Ao diabo que a bendisse. 

O desfecho da anedota

Você talvez já previsse: 

O guru parou na grota

Cheia da própria burrice

E enfim virou cachota

Entre quem assim o visse: 

Um velho tão idiota

Que morreu de idiotice.  

Werner Schön

Werner Schön tenta fazer literatura. Em Jaraguá do Sul.

Comentários:

Ao enviar esse comentário você concorda com nossa Política de Privacidade.