O time das brabas venceram o colombiano Independiente Santa Fé por 2×0 e coroam, mais uma vez, esse projeto de futebol feminino
No último domingo (21) Corinthians e Santa Fé se enfrentaram na disputa pelo título da Libertadores Feminina, no Estádio Gran Parque Central, em Montevidéu, no Uruguai. O time alvinegro saiu vitorioso, conquistando pela terceira vez o maior título da América, a partida terminou em 2×0 com gols de Adriana e Gabi Portilho. Mesmo com a vitória, o jogo não foi fácil, a equipe colombiana chegou a mandar uma bola no travessão logo no primeiro minuto de jogo.
A partida mostrou equilíbrio entre as duas equipes. Fora a bola no travessão, o Santa Fé quase marcou em uma falha da goleira Kemelli e em um chute de fora da área da capitã Salazar. O Santa Fé vinha de uma boa atuação nesta edição da Libertadores. As colombianas não tinham perdido nenhum jogo e eliminaram nos pênaltis os times brasileiros: Avaí Kindermann, nas quartas, e Ferroviária, na semi. Além disso, contam com o trabalho do treinador Albeiro Erazo, que havia conquistado a Libertadores Feminina com o Atlético Huila, em 2018.
Já o Corinthians, em sua quarta participação na competição, nunca perdeu um jogo. No total foram 23 jogos, 20 vitórias, 3 empates, 92 gols marcados e 10 sofridos. Os números impressionantes refletem o trabalho consolidado do investimento no futebol feminino. Nesta edição da Libertadores, o clube marcou 24 gols e sofreu apenas 2, tendo como artilheiras da equipe, e da competição, as atacantes Vic Albuquerque (4) e Jhennifer (4).
O trabalho da comissão técnica de Arthur Elias também apresenta números que surpreendem. Ele está no comando da equipe desde 2016 e já disputou 250 jogos, saindo vitorioso de 200 partidas, sofrendo apenas 16 derrotas e 34 empates. O técnico soma nove títulos com as brabas: uma Copa do Brasil, três Brasileiros, dois Paulistas e, agora, três Libertadores. Arthur Elias pode ampliar essa marca de títulos, conquistando a tríplice coroa, já que o Timão conquistou o Brasileiro deste ano e também está disputando o título do Paulistão. A data dos jogos do Campeonato Paulista Feminino ainda não foram definidas, mas o adversário é o São Paulo.
Os gols marcados pelo Corinthians não estão apenas dentro de campo, o time sempre se posiciona e faz história diante dos nossos olhos. Na partida da final, no minuto de silêncio devido à pandemia de covid-19 e incentivo à vacinação, o elenco e a comissão técnica do clube se manifestaram contra o racismo ajoelhados com os punhos erguidos. Não é a primeira vez que a equipe faz o gesto na competição. No jogo da semifinal, disputado contra o Nacional do Uruguai, a atacante Adriana foi vítima de injúria racial após marcar o sexto gol da partida. Uma jogadora do time adversário a chamou de “macaca”. A atitude racista da atleta do Nacional fez com que as jogadoras do Corinthians ficassem muito abaladas, mas o time respondeu na bola, marcando mais dois gols e comemorando com o punho erguido.
A repercussão do caso levou outros clubes a se solidarizarem com o Corinthians. A Ferroviária também se manifestou com o punho erguido no jogo em que venceu a disputa do terceiro lugar sobre o Nacional. Além disso, a equipe do Deportivo Calí, eliminada nas quartas de final pelas uruguaias, publicaram em suas redes sociais que também haviam passado por situação parecida. A Conmebol não se manifestou sobre o caso. Os torcedores e o Clube esperam que o caso não fique impune.
Outro posicionamento das jogadoras, que foi possível ver na comemoração do título da Libertadores, é a defesa das causas LGBTQIA+. A atleta Cacau Fernandes estava com uma pulseira da bandeira do arco-íris, símbolo do movimento LGBTQIA+. Mas essa não é a primeira vez que o clube se posiciona sobre o tema, na final do Brasileirão, a lateral-direita Katiucia comemorou o título abraçada à bandeira do movimento.
O Corinthians Feminino escreve sua história no futebol com a conquistas de títulos, com os números impressionantes de aproveitamento, com uma equipe entrosada e mostrando que é o time do povo, um time político, um time que carrega no sangue a herança da Democracia Corinthiana.
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