Sebastián Borensztein é um roteirista e diretor argentino que desde cedo atentou para as vicissitudes da vida. Filho do ator humorista Tato Bores, começou na televisão para posteriormente se enredar na telona e se tornar mundialmente conhecido pela sua maior obra, UM CONTO CHINÊS (2011). E é dela que este texto trata.
Se um tango acompanhasse, como trilha sonora, este simpático e carismático filme, não soaria estranho e nem como clichê gentílico. Porque a melancolia é latente na câmara do diretor apaixonado pelos close-ups como forma de linguagem e comunicação. Ainda mais quando se trata de uma obra sobre a aniilação das eventualidades da vida – história de pescador ou conversa pra boi dormir? Não importa, já que, na vida, nada é por acaso. Assim, os dois personagens principais são postos em cena: um argentino metódico, obsessivo e sistemático de poucas palavras e um chinês que não fala nem entende a língua espanhola.
Por abordar a solidariedade e o conflituoso sentido da vida de maneira trivial, esta comédia leve se impõe densamente em determinados momentos para reforçar a posição de imprevisibilidade, dando espaço para reflexões e emoções. Porém, levar-se a sério demais (principalmente no terceiro ato) foi o tiro no pé que a obra deu. Ademais, a excentricidade exposta destoa da ideia de “buddy movie” de Babel, como se o surreal prevalecesse ao humano culminando num final formulaico e sem originalidade.
Sendo uma fita, também, sobre repressão, constrangimento e comunicação, o alcance emocional de duas pessoas feridas dos extremos do mundo que se encontram mantem coeso e sereno. Pois, mesmo com a tal globalização, argentinos e chineses – e nós! – somos todos humanos. Logo, esta lição de moral com som de fábula adocicada é um programa agradabilíssimo que diverte e comove com humor e sem apelação. E entrete o espectador que busca novas histórias ao acaso.
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