Em tempos de negacionismo, algumas obras precisam ser retiradas das gavetas. E, muitas vezes, precisamos da ajuda das grandiosas empresas de cinema, como a Netflix. O holocausto, algo que parecia tão sedimentado por conta do horror de seu acontecimento, é posto novamente à tona porque a normalidade de uma sociedade está sendo quebrada, já que os famigerados idiotas úteis cansaram de guardar suas pútridas ideias nos esgotos de suas mentes. Elas ganharam vida.
THE LAST DAYS (1998), dirigido por James Moll, é sobre cinco judeus húngaros sobreviventes do holocausto e dos horrores dos campos de concentração antissemitas que esses personagens vivenciaram. Seguindo o desenvolvimento tradicional dos documentários, a narrativa segue a ordem cronológica dos fatos dualizando as imagens do passado com a fala do presente, numa demonstração óbvia de quão rica foi a pesquisa da produção, assinada pelo mestre Steven Spielberg, além do eficiente trabalho realizado pela USC Shoah Fundation. Assim, o filme oferece um poderoso testemunho da devastação do ódio e da resiliência da alma do homem em todas as suas eras.
Que o indizível seja falado, que cada fragmento dessa horripilante passagem seja registrado, que os sobreviventes e pesquisadores insistam em preservar cada sílaba, para que o raro não aconteça novamente. Esta obra é angustiante porque assim tem que ser. Uma luz dura sobre o espasmo da desumanidade dos nazistas e seus fãs.
Entrou pro rol dos obrigatórios, pois se trata de uma experiência comovente de afirmação da vida. E para o futuro não repetir o passado como farsa.
Comentários: