Darwinn Harnack: “Não resta outra alternativa…”

Precisamos nos conscientizar de que, neste momento, estamos perdendo a batalha contra o vírus. A nossa sociedade funciona como um organismo e, nesse contexto, os esforços de defesa não estão sendo suficientes e adequados para conter o crescimento exponencial da contaminação.

Os sistemas público e privado de saúde estão em colapso e corremos o risco de vermos pessoas morrendo asfixiadas em casa ou nas portas dos hospitais, tal como ocorreu em Manaus e outras cidades do norte do Brasil. Precisamos aprender com os erros já cometidos. Diante disso, não resta outra alternativa, senão a de mudar a estratégia e adotar medida de ataque para achatar a curva de contágio, tal como fez Portugal no último mês de janeiro, que aplicou lockdown por 14 dias, com resultado de 92% na redução dos casos diários.

É verdade que se trata de uma batata quente. Nenhum gestor público deseja adotar medidas impopulares, mas a corda foi esticada ao máximo e, neste momento, manter medidas brandas e sabidamente inócuas não parece ser inteligente. É lamentável que o Governo Federal não esteja alinhado de forma harmônica com os governos estaduais, para implantar medidas temporárias de alívio fiscal e de auxílio econômico durante o lockdown. É lamentável que o negacionismo científico ainda esteja imperando. É lamentável que o Brasil esteja à deriva neste momento histórico.