Opinião

Dois trabalhos diferentes coroados em uma final imprevisível

Dois trabalhos diferentes coroados em uma final imprevisível

De um lado Pep Guardiola, voltando à uma final de Champions League após 10 anos, em sua quinta temporada de um trabalho sólido e vitorioso no Manchester City. Do outro, e não muito longe, Thomas Tuchel fez algo inacreditável no Chelsea, em um tempo curtíssimo revolucionou os azuis de Londres. Dois fenômenos que se enfrentam em Istambul, na noite do dia 29 de maio, na grande final da maior competição de clubes do mundo. Dois trabalhos com alguns pontos semelhantes e outros opostos, mas que representam muito bem a qualidade que uma final europeia deve ter.

Cinco temporadas e a mudança de patamar

Quando Pep Guardiola chegou em Manchester em 2016, o City já era um dos clubes mais ricos do mundo, já tinha títulos nacionais e também havia chegado longe em Champions League. Após meia década de trabalho, o clube continua endinheirado, vencedor, mas agora mais do que nunca: respeitado. O treinador espanhol foi a cara dessa mudança de patamar na história do clube. Revolucionário, às vezes até demais, rivalizou com o Liverpool de Klopp na Inglaterra (outro grande trabalho), mas ainda precisa de uma provação final. Não exatamente para Guardiola, mas sim para o lado azul de Manchester.

O título inédito do City parecia algo inevitável, apesar de ter ficado pelo caminho precocemente nas últimas temporadas. Pelo dinheiro aos montes de Abu Dhabi, pelos grandes craques no elenco, e pela equipe (no melhor sentido da palavra) formada por Guardiola, uma hora a oportunidade iria aparecer. E pode ser que tenha chegado. 

Quando um cara muda tudo

Do outro lado da chave, um alemão descartado por seu antigo clube aterrisou em Londres sob olhares desconfiados. A missão de substituir um ídolo do clube seria difícil naquela que aparentava ser apenas mais uma temporada de reconstrução do Chelsea. Apenas 23 jogos depois, Thomas Tuchel é unanimidade na torcida e nos jornais. Com um impacto instantâneo virou o time de cabeça pra baixo com suas escalações imprevisíveis, um estilo de jogo efetivo e uma defesa que se tornou um verdadeiro paredão. 

Tirando pedreiras do caminho, como Atlético de Madri e o próprio Real na última quarta, o Chelsea se construiu a caminho da final. A cada jogo, Tuchel descobria problemas e qualidades em seu elenco cheio de opções, e parece ter aprendido a se adaptar em cada cenário. Em uma realidade bem diferente daquela em que foi campeão em 2012, o time inglês chega em Istambul confiante e decidido a levar o troféu mais importante da Europa em uma temporada totalmente atípica.   

Até a grande final, teremos já uma prévia do confronto no próximo dia 8, onde os clubes se enfrentam pelo campeonato inglês com a possibilidade de título nacional do Manchester City, mas salvo um resultado absurdo, a imprevisibilidade da final continua intocada.

Gabriel Oliveira

Futebol brasileiro e mundial em textos com opinião, fatos e dados.

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