Opinião

Em menos de três dias, Super Liga europeia desmorona

Em menos de três dias, Super Liga europeia desmorona
Torcedores do Chelsea protestam, na faixa os dizeres "Futebol pertence a nós, não a você". Foto: GettyImages

Anunciada na noite de domingo, a Super Liga, campeonato com os 12 europeus que se autodenominam a elite do futebol mundial, teve um fim mais rápido do que o imaginado. Mesmo assim, foi capaz de mudar muita coisa fora das quatro linhas, desde a forma que a FIFA e UEFA vêem os clubes envolvidos no projeto, até a forma como os próprios torcedores veem seu time do coração.   

Florentino Pérez, o homem por trás da competição e presidente do Real Madrid, disse em entrevista ao programa espanhol ‘El Chiringuito’ que “a pandemia acelerou o processo porque estamos todos arruinados. A Champions perdeu o interesse. Fizemos isso para salvar o futebol” A justificativa tão furada quanto o próprio torneio não se sustenta. Sacrificar toda lógica do futebol europeu, das ligas nacionais e torneios continentais em detrimento de 20 times, não parece ser a resposta para os problemas econômicos do futebol. 

Se toda essa história teve algum aspecto positivo foi ver a mobilização de torcedores, reféns de dirigentes gananciosos, que se uniram para dizer não ao projeto de (ainda mais) elitização do futebol em um continente em que isso já acontece gradativamente há décadas. Nenhum dos 12 envolvidos escapou das represálias da torcida, a resistência inglesa foi um dos principais fatores para o desmoronamento do torneio. Uma das cenas que marcaram esses três dias intensos pra quem ama o esporte, foi o momento em que os torcedores do Chelsea receberam a notícia de que o time sairia do plano da Super Liga.

Ainda ontem, na noite de quarta, o mesmo Florentino afirmou à Rádio Cadena SER que a Super Liga ainda existe. Esperamos que com a solidez que teve até aqui.

Gabriel Oliveira

Futebol brasileiro e mundial em textos com opinião, fatos e dados.

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