Na terça feira (23), a Federação Espanhola de Futebol anunciou sua nova identidade visual. Muito diferente da utilizada anteriormente, inspirada no artista Joan Miró, a nova gerou mais críticas do que elogios, com razão. De qualquer forma, ela segue um movimento cada vez mais comum no futebol: a mudança visual das marcas, priorizando a sua simplificação.
O resultado, apesar de aparentemente simples demorou um ano e meio para ser desenvolvido. Ao justificar suas escolhas, o designer Pablo Coppel, disse que o círculo busca passar a ideia de que é “onde tudo começa”, em referência a bola de futebol. Mesmo assim, é uma referência simplista e pobre, pois não explora aspectos do esporte, nem mesmo da cultura espanhola. Além da cor vermelha, sempre associada ao país e presente nos símbolos das monarquias regionais desde o século XII, a identidade não traz nada de novo, ou interessante em sua nova configuração.
Se agora lembra mais uma marca de roupas do que o esporte, o novo escudo parece ainda mais vazio se comparado ao antecessor. Desenhado por uma empresa italiana para a Copa do Mundo de 1990, o sol quadriculado foi inspirado na obra de Joan Miró, surrealista catalão.
Mas de forma alguma as mudanças de identidade e o minimalismo representam necessariamente algo de ruim no esporte. Essa é uma visão saudosista, que olha para o passado sempre como o ideal. O logo da camisa de La Roja (como é conhecida a seleção) preservou vários aspectos como a cor dourada e os símbolos já tradicionais, foi simplificado e continuou único. Isso também aconteceu com as seleções de Bélgica, Equador, Holanda e Itália, que modernizaram recentemente seus escudos mas não perderam a essência. Nesses casos, mesmo mais simples, ganharam elementos e um ar contemporâneo.
Não só no futebol, a mudança e a renovação da identidade é necessária, mas deve ser feita com cuidado para não jogar fora histórias e símbolos essenciais para entender um esporte, uma cultura ou uma nação inteira.
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