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O problema e a colher

O problema e a colher
CLAUDIA/Divulgação

A Rede Marazul de Comunicações, com estações de rádio sediadas em Barra Velha e em Balneário Piçarras, realizou na última semana uma experiência de grande valor pedagógico. Num dos programas matutinos que vai ao ar em ambas as rádios, fez uma enquete: “em briga de marido e mulher, deve-se meter a colher?” Várias respostas – em áudios enviados por ouvintes – foram ao ar durante o programa, de larga audiência na região. No fim, como uma importante lição, a locutora leu a resposta certa – a única aceitável, a definitiva.

A resposta é simples: sempre que houver violência, física ou não, há crime; todos têm o dever de denunciá-lo. Este talvez não seja um dever jurídico; o artigo 5º, §3º, do Código de Processo Penal diz que “qualquer pessoa de povo poderá comunicá-lo à autoridade” (grifamos). Mas sem dúvida é um dever moral: não se admite que alguém, podendo denunciar um caso de violência doméstica, cale-se. Este silêncio será um gesto quase tão covarde quanto o do agressor.

Trata-se de um problema terrível no país – agravado durante a pandemia. Em texto publicado hoje na Abertura, Paola Haakenhaar destacou que “o Fórum Brasileiro de Segurança Pública divulgou um estudo que identificou um aumento de 431% de relatos de brigas de casal por vizinhos entre fevereiro e abril de 2020, corroborando a tese de incremento da violência doméstica e familiar no período de maior restrição durante a pandemia”. A violência contra mulheres é uma mazela da sociedade brasileira. Não pode haver tolerância com isso.

A Rede Marazul, parceira da Abertura, está de parabéns. A iniciativa permitiu ouvir respostas boas e outras nem tanto. Vários ouvintes souberam condenar, com palavras simples e diretas, a violência. Outros caíram em alguma confusão, confundindo ímpetos apaixonados com excessos intoleráveis. Mas todos ouviram, ao fim, que a violência é inaceitável; e que ninguém pode se omitir diante dela.

A Rede Marazul “meteu a colher” no problema. Todos temos o dever de fazer o mesmo. Nenhuma violência pode ser tolerada.

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