Arte

ÓSCAR 2022 – MELHOR ATOR COADJUVANTE

ÓSCAR 2022 – MELHOR ATOR COADJUVANTE
Troy Kotsur

Os melhores filmes de todos os tempos nunca foram ancorados num personagem principal apenas. Tramas e narrativas se entrelaçam expondo as nuances e as várias diretrizes que a história pode tomar. Daí, surgem os coadjuvantes. Atores e atrizes que suportam e complementam o enredo, delineando e dando forma ao foco narrativo proposto pelos cineastas. Assim, este texto é sobre os indicados a Melhor Ator Coadjuvante do Óscar 2022.

Obviamente que não tenho autoridade nenhuma em dar uma nota que não seja 10 aos indicados. Vou, humildemente, reportar minhas impressões e, dentro destas, tentar classificar os atores dentro dos filmes. Como sempre, espero estar errado (ou não). E não apresento nenhum tipo de torcida para esse ou aquele.

Em sua primeira indicação, começo pelo irlandês Ciarán Hinds, que interpretou o vovô engraçado de BELFAST, há veracidade singela em sua atuação, muito por conta de sua nacionalidade e familiaridade com o tema proposto pelo filme. Como se fosse o herói impressionável que todo garoto quer ter, com seus conselhos sábios e calorosos. Um pilar necessário nas paredes da memória.

NO RITMO DO CORAÇÃO nos oferece o estadunidense Troy Kotsur. Ele é o primeiro ator surdo a concorrer à estatueta. E com muitos predicativos! Troy é um ponto de convergência no filme, estabelecendo o equilíbrio entre razão e emoção numa família de surdos e sua filha ouvinte. Sabedor da importância da inclusão social, também entende a necessidade dos sonhos da cria e faz de tudo para aceitá-los. Além de ser engraçado pra caramba em cena.

O grandessíssimo J.K. Simmons, americano de Detroit, é sinônimo de diversão. Em APRESENTANDO OS RICARDOS, sempre que aparece rouba a cena como o ator engraçado machista que sucumbe ao poder feminino de Lucy Ball. Na verdade, é uma troca de presentes. Enquanto ele homenageia a sua profissão com versatilidade e talento, os espectadores recebem a arte de fazer parecer fácil a profissão de ator. Um papel sob medida para Simmons, que possui duas indicações e uma vitória nesta categoria.

Por fim, o belo ATAQUE DOS CÃES foi agraciado com dois indicados. Primeiramente o texano Jesse Plemons, que faz o papel do irmão sensível, cheiroso e limpinho, em contraste com o mano bruto, rústico e sistemático. Jesse é simpático e sempre sereno, alheio ao ambiente de macheza que o faroeste impõe. Por vezes, até demais. Já o meu preferido, o australiano Kodi Smit-McPhee, é o herói calado da trama. Excessivamente artístico e sensitivo, Peter Gordon, seu personagem, age sempre em defesa de sua mãe. Remoendo as dores e tramando o ataque feroz contra aquele que imagina ser o obstáculo da felicidade de todos. É um verdadeiro estudo de caso onde a inteligência mental sobressai à força manual. Ambos debutam em nomeações pela Academia.

Enfim, as fichas estão na mesa e os dados estão a rolar. Reitero que são apenas impressões de um cinéfilo de quinta querendo auxiliar (?) na percepção de outras pessoas. Além de querer promover o debate sobre cinema. Façam suas escolhas!

Comentários:

Ao enviar esse comentário você concorda com nossa Política de Privacidade.