Os melhores filmes de todos os tempos nunca foram ancorados num personagem principal apenas. Tramas e narrativas se entrelaçam expondo as nuances e as várias diretrizes que a história pode tomar. Daí, surgem os coadjuvantes. Atores e atrizes que suportam e complementam o enredo, delineando e dando forma ao foco narrativo proposto pelos cineastas. Assim, este texto é sobre os indicados a Melhor Atriz Coadjuvante do Óscar 2022.
Obviamente que não tenho autoridade nenhuma em dar uma nota que não seja 10 às indicadas. Vou, humildemente, reportar minhas impressões e, dentro destas, tentar classificar as atrizes dentro dos filmes. Como sempre, espero estar errado (ou não). E não apresento nenhum tipo de torcida para essa ou aquela. Ei-las:
Em sua primeira indicação, começo pela norte-americana filha de um porto-riquenho Ariana DeBose que, em AMOR, SUBLIME AMOR, faz o papel da imigrante latina e negra em busca de seu espaço e identidade na América dos Sonhos. Fazendo o papel que originalmente fora desempenhado pela lendária Rita Moreno, Ariana esbanja talento e carisma em suas coreografias, cantos e arcos dramáticos. Com certeza trilhará um caminho de sucesso.
A californiana Aunjanue Ellis também recebe sua primeira indicação. Em KING RICHARD: CRIANDO CAMPEÃS, ela é Brandy, a mãe das tenistas Venus e Serena, e condensa em sua atuação toda a importância do pilar da maternidade num ambiente altamente competitivo. Batalhadora, destemida e corajosa, Aunjanue personifica a ideia de sempre acreditar nos seus sonhos e faz o espectador torcer por seu sucesso. Brilhante!
Veterana e carismática, a inglesa Judi Dench está em sua oitava nomeação (cinco por Melhor Atriz e três por Coadjuvante, tendo vencido esta em 1998 por ‘Shakespeare Apaixonado’). Sendo a realista vovó debochada de BELFAST, ela é o retrato da preocupação de uma era mas que não pode ser externada para que as crianças não percebam que o mundo é mau. E dissimula com tanto zelo e naturalidade que até acreditamos num planeta melhor. E, como toda avó, é querida e um quadro na parede da lembrança da infância.
A irlandesa Jessie Buckley, que também é cantora, faz a protagonista jovem em A FILHA PERDIDA, contrastando sua vitalidade e alegria com a tristeza depressiva da mesma mais velha. E essa antítese nas atuações é o carro chefe da trama pois, enquanto uma vive pra si a outra sofre remorso por ter vivido assim. E Jessie brilha intensamente porque é segura, inteligente e impulsiva, o que causa várias interrogações nas cabeças pensantes de quem está do lado de cá da tela.
Por fim, de ATAQUE DOS CÃES, a minha preferida: Kirsten Dunst. Outra que também é cantora, esta estadunidense recebeu sua primeira indicação. E merecidamente. Fazendo o papel da mulher solteira num ambiente hostil como o faroeste, ela passa a emoção necessária na força, como criar o sensível filho sozinha e ser dona de seu próprio negócio enfrentando os bêbados e ricos fazendeiros da região, e na fraqueza, pois o seu medo de derrota a leva para o alcoolismo. É um arraso e uma forte marcação no drama proposto no filme.
Enfim, as fichas estão na mesa e os dados estão a rolar. Reitero que são apenas impressões de um cinéfilo de quinta querendo auxiliar (?) na percepção de outras pessoas. Além de querer promover o debate sobre cinema. Façam suas escolhas!
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