
Eu me diria para acreditar nos meus sonhos
Quando eu tivesse doze anos
Eu me diria para não me esquecer disso
Nunca
Nem depois que eu estivesse bem longe do meus doze anos
E não me lembrasse mais do que foi aquele tempo
E me atrapalhasse com antes e depois
Eu me faria prometer que nunca esqueceria de acreditar nos meus sonhos
E passaria pelo caos da voz engrossando, os pelos crescendo e por uma sexualidade católica, reprimida
Eu passaria por tudo sem esquecer de acreditar nos meus sonhos
Eu viveria tudo o que vivi e, no pior dos dias, eu recordaria que me disse lá, que não lembro quando
No murchar de toda esperança, eu saberia da promessa que me fiz e ela não morreria
Como já aconteceu tantas vezes
Chegaria hoje, eu me encontraria e me diria
Nunca esquecemos de acreditar nos nossos sonhos
Seu eu pudesse viajar no tempo, me encontrar e dizer alguma coisa
Foi a pergunta da minha filha
Eu me diria para sempre acreditar nos meus sonhos
Foi o que respondi.
Comentários: