
Há os que têm sonhos e outros parece que não
Não entendo quem não sonha, nem sei
Nós, sonhadores, vamos nos arriscando
Nós sim, os mancos floridos, iludidos, rasgados
Nós, que eu sozinho sou nem horizonte, nem queda, nem nada
Eu e tu, meu amor, calados em voz, avistamos saídas
E nossos olhos miram a mesma praia, o mesmo fim
Nós, que eu sozinho sou nem gesto não visto, nem pisco
Nós, que eu e tu, meu amigo, somos alvoroço de riso vivo
E nossas andanças só farão pegadas de memórias perdoadas
Eu e tu, bicho, que te chamo assim e tu me diz é nóis
Nós sim, os estrupícios deslocados, pedaços de esperanças
Dores catadas nas almas, resmungos acanhados aos bonitos
Porquê sonhamos, eu e tu, o mundo vive e nem sabe.
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