
eu
o outro
o espaço e o tempo
em revoada sobre o chão azul
caímos na armadilha
do deus recém-descoberto
e após sepultá-lo
oramos sobre sua cova
oceânica
pobre de nós quando a praia
onde pousamos exaustos
tornou-se o limiar
da vida agora tão fina
entre o mar impermanente
e a terra em que se perdiam
as pegadas de ancestrais
jamais retornados
diante do absoluto
as palavras se afogam
e se dissolve a esperança
de paz depois do tempo
pois o tempo
estendendo-se ao sul
vai até onde o frio não tolere
a menor poesia
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