
As palavras que tu dizes assim, como quem sabe o caminho, mas deixa
O riso teu que te mostra com minha ingenuidade e eu não sei
Me alegra tua cumplicidade quando não digo e sei
Tua despedida séria de quem vai, mas não quer e fica em mim
Essa falta intrínseca de um corpo que se revela em bordados coloridos
Frágeis, firmes e amarrados
Essa tua inteligência de se fazer de boba, eu vejo
O teu perfume de permanecer na ausência, eu sinto
As mãos que eu lembro escrevendo bilhetes de lembranças, para eu não esquecer
E eu esqueço de tudo, da chave, da agenda, da hora, de tudo que não importa
Essa tua briga por minha memória é tão chover no molhado
O teu jeito ágil de segurar a caneta, o papel, as palavras, os cabelos, eu imaginei
E nessa de ser presença quando falta
Irredutível marca nessa pele, borda de mim.
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