As forças de segurança de Mianmar mataram pelo menos 114 manifestantes pró-democracia neste sábado, 27. Já são mais de 400 assassinatos atribuídos à repressão do Governo, desde que os Militares assumiram o poder, em fevereiro.
Essa “violência torna o golpe ainda mais ilegítimo e agrava a culpabilidade de seus líderes”, escreveu no Twitter a porta-voz da ONU Ravina Shamdasani. Segundo a Alta Comissária da Entidade, “há quatro relatos de crianças que foram mortas, incluindo pelo menos um bebê”.
A Embaixada dos Estados Unidos da América, a União Europeia e a Grã-Bretanha condenaram a Junta Militar por “matar civis desarmados”. Um ativista do país declarou à publicação alemã DW que “[os militares] estão agora a entrar no bairro e a disparar e a bater e a pilhar tudo o que está à sua vista”.
O general Min Aung Hlaing, em discurso televisionado, declarou que “[os manifestantes] deveriam aprender, com a tragédia de horríveis mortes anteriores, que podem estar em perigo de levar um tiro na cabeça e nas costas”. Palavras para uma audiência estupefata.
O golpe de Estado em Mianmar segue o roteiro clássico. Sempre que forças militares resolvem tomar o poder, a história é a mesma. Uma peça em três atos.
Primeiro ato – a soberba: os Militares se julgam superiores e, por isso, autorizados a assumir o poder – a despeito da legitimação democrática.
Segundo ato – a violência: sem legitimidade, eles têm que manter o poder à força.
Ato final – o horror: a violência nunca cessa, só se exacerba; então o país experimenta as cenas mais desumanas.
Como se vê, trata-se de uma tragédia. Uma ainda mais aterradora que as congêneres. Pois ninguém sabe quando ela chegará ao fim. E nem sequer se haverá um.
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