Em um dia como hoje, mas em 2006, Johnny Rotten respondia à organização do evento do Hall of Fame, daquele ano, sobre o convite aos Sex Pistols para comparecer à celebração da nomeação do grupo àquela tradicional instituição.
Os Sex Pistols, pode-se dizer, foram os fundadores o movimento punk. Não exatamente do punk rock: os Ramones já tocavam rapidamente seus três acordes em Nova York desde o começo dos anos 70, enquanto a banda inglesa, por influência dos americanos, iniciou suas atividades no meio desta década. O gênero (musical) precede o movimento (não apenas musical).
Johnny Rotten, nascido John Lydon, dividia com Sid Vicious a função de ser a imagem dos Sex Pistols e do movimento punk em seu nascimento. O primeiro era a voz, a revolta, a ofensa; o segundo, a autodestruição, a indolência, a personificação das expressões “I don’t care” e “live fast, die young”.
Voltando ao evento que faz aniversário nesta data, a resposta ao Hall of Fame, que Lydon escreveu à mão mesmo, sem qualquer formalidade, em tradução livre, dizia assim:
“Comparado aos Sex Pistols, rock n’ roll e essa galeria da fama não passam de uma mancha de urina. Seu museu, urina com vinho. Não vamos comparecer. Não somos seus micos amestrados, e daí? Fama por US$ 25 mil se nós pagamos por uma mesa (na cerimônia) ou US$ 15 mil para ficar de pé no corredor, tudo indo para organizações sem fins lucrativos nos vendendo um monte de velhos famosos. Parabéns. Se você votou na gente, espero que entenda as razões. Vocês são anônimos fazendo papel de júri, e ainda assim, são parte da indústria da música. Nós não vamos. Vocês não estão entendendo! Fora do sistema, existe um Sex Pistols de verdade.”
Quase 30 anos após o lançamento do seu primeiro disco, neste 24/02/2006, foi dito novamente: Never Mind the Bollocks, Here’s the Sex Pistols!
Voimer é apaixonado por música e futebol. Mora em Florianópolis.
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