Nem bem pisei em Doha e já entendi tudo. Ainda no aeroporto vi o Messi num outdoor duma marca de leite. Aquilo era a senha. Inequívoca senha. Sinceramente, não entendo por que ainda sigo vendo a copa.
Eu sei, caro leitor: você crê na copa. Seus olhinhos puros pousam sobre a pelota e veem só o futebol. Lamento dizer: isso é uma ilusão pueril. O grandes poderes decidem o torneio. Entre a bola e o gol há bilhões de sutilezas. Os atores do espetáculo – jogadores e juízes – vivem em algo como a máquina do Kafka, com trilhões de micro-agulhas espetando cada expressão de seu ser. Todas essas sutilezas, toda essa maquinaria, tudo isso é controlado por altas instâncias. Você riu quando o Deputado Eduardo disse que foi ao Catar levar um pen-drive? Pois é, engula seu sarcasmo.
Essa maquinaria tem um controlador aparente: a FIFA. Mas obviamente ela é só máscara. A pergunta é: quem controla a FIFA? A chave da resposta é o Emir do Catar. Ele pôs a entidade de joelhos. Ele é a primeira pista desta investigação.
Messi é a joia, a primeira figurinha do álbum do Emir. Sempre foi. Todos sabem das relações do Catar com o Barcelona e com o PSG. Poucos sabem o quanto essa relação determina as coisas do futebol – e não só do futebol. A joia do Emir é de fato valiosa. A Argentina tem a maior torcida não só do Catar, mas de toda a Ásia. Não é exagero dizer que tem a maior do mundo – maior até que a do propalado Fla. Messi é um fenômeno na intersecção entre oriente e ocidente. Vale mais que todos os barris da finada OPEP.
Mas não é só o Messi. É a Argentina. Não é só o Emir. É Putin. Por trás do teatro da copa há a realidade da guerra. O país de Maradona é a maior trincheira russa na América, junto com a Venezuela e o Brasil. Se bem que o Brasil já não é mais. O presidente recém-eleito é um apaniguado do deep state americano. Foi o nosso Capitão quem teve o mérito de se alinhar ao Czar Vladimir, seguindo os passos do seu (e então nosso) amigo Orbán.
Eu sei, caro leitor: você crê existirem políticos de direita e de esquerda. Mas seus olhinhos puros precisam ver que todos eles estão juntos: Putin, o Capitão, o Emir, Fernandez, Maduro, Orbán… E Messi, claro. Agora vocês entendem o quanto havia no pen-drive do Dudu?
Por isso a copa já está decidida. Notaram como o caminho dos argentinos está fácil? Austrália nas oitavas! Holanda nas quartas! Francamente… Sim, é verdade: eles podem pegar o Brasil nas semis. Mas o time de Neymar afunda em contusões e gripes. Aliás, é tanta gripe que sinto ter o dedo do Dr. Osmar Terra nisso. A maquinaria tem poderes melífluos. Aceite, caro leitor: Messi erguerá a copa. Messi, não: Capitão Messi!
E o brilho da taça inundará os olhos do mundo. E assim daremos um golpe nas forças do mal. E afinal reinarão sobre nós os czares, os emires, os capitães. Inclusive o Capitão Messi, cujo reinado se estenderá por uma longa – e literalmente messiânica – nova era.
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