Na manhã desta quinta, 12, foi divulgada a notícia do falecimento de Tarcísio Meira. O ator tinha 85 anos e morreu em razão de complicações ligadas à Covid-19. Ele e a esposa, a atriz Glória Menezes, havia sido hospitalizados há dias. Glória, felizmente, teve um quadro mais leve. Tarcísio, depois de dias de luta, não resistiu.
Qualquer tentativa de escrever sobre Tarcísio Meira não faria justiça à sua carreira e ao seu legado. Ele estreou na TV em 1959. Com a esposa, estrelou a primeira telenovela diária brasileira, ainda na extinta TV Excelsior. Desde então atuou em incontáveis produções, quase sempre com protagonismo. É, sem qualquer dúvida, um dos grandes nomes da história da teledramaturgia no país.
A morte de Tarcísio é especialmente triste porque ocorreu horas depois da de outro grande ator brasileiro, Paulo José. Extremamente versátil, com uma história brilhante na TV, no teatro e no cinema, Paulo era sobretudo um grande artista. A seu respeito, escreveu hoje Gregório Duvivier: “Viva Paulo José! E todos os mil personagens que moravam dentro dele. Ele fez nossos melhores filmes, ou pelo menos os meus preferidos (por causa dele). Nunca fez um personagem que não fosse humano demais, verdadeiro demais. Um poço infinito de carisma e carinho pelo ser humano (acho que as coisas estão interligadas)”.
São duas grandes perdas. Que elas tenham ocorrido num intervalo de poucas horas, é uma coincidência trágica. A comunidade artística perde duas referências. O público, dois mitos. A atriz Fernanda Torres, em suas redes sociais, usou apenas duas palavras para expressar a dimensão dessas perdas. Sobre Tarcísio, escreveu: “o único”. E sobre Paulo: “o maior”. Vindas de uma atriz – e uma escritora – tão brilhante, essas palavras soam impactantes. Sob esse impacto, o último ato de Tarcísio Meira e de Paulo José representam uma tragédia.
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