Se Steve Jobs perguntasse às pessoas que tipo de dispositivos elas gostariam de comprar para substituir seus celulares comprados no ano 2000, elas não conseguiriam descrever um Iphone. Henry Ford também não perguntou à população como gostariam de se locomover por aí, antes de projetar uma linha de produção de automóveis. Então fazer pesquisa de mercado pode ser perda de tempo, certo? Errado.
O raciocínio descrito acima é, para ser educado, muito primitivo. E está aninhado na mente de muita gente de negócios. Jobs e Ford – e suas equipes – tinham grande conhecimento sobre os consumidores de suas épocas, compreenderam os desejos e entenderam o potencial da tecnologia para dar forma aos objetos de consumo que se tornaram o smartphone e o automóvel. Esses empresários, ousados, utilizaram suas vivências, informações acumuladas e uma dose de intuição para lançar tais produtos ao mercado.
Se você não tiver todos os predicados de Steve Jobs, por favor vá entender em profundidade o teu consumidor. Informação de qualidade sobre as tendências, a mente do consumidor e o ambiente competitivo são um trampolim para uma solução mais adequada ao mercado. Para um relacionamento melhor com os clientes.
Uma pesquisa ajuda a entender o “clique” que faltava para “encaixar” o produto, o serviço, ou a marca na vida dos consumidores. Me diga uma coisa: quais marcas estão bem encaixadas no seu dia a dia? Vejamos… aquele restaurante, o salão de beleza ou barbearia, o barzinho, aquele serviço de streaming, o perfume preferido, o smartphone, o automóvel. Empresas e marcas que não se encaixam na vida dos consumidores não sobrevivem. Fecham as portas em questão de meses. Não encaixaram na rotina, nos planos, na mente.
Se você soubesse como é produtivo pesquisar, já teria feito antes. Em dezenas de projetos de pesquisa para clientes de todos os tipos, a frase que mais escuto ao fim é: “por que não investi para entender como pensa o meu cliente antes?”. Terminamos faz um mês um projeto para uma marca internacional, cujos insights estão dando forma à nova campanha mundial da marca, que vai ao ar ainda este ano.
Mas vou te avisar: pesquisar é para corajosos. Por que a investigação vai lhe contar o que você deseja e o que não deseja ouvir. Já vi empresário querendo sair da sala de observação, enquanto a pesquisa acontecia na sala ao lado, para discutir com os consumidores entrevistados, que naquela altura criticavam aspectos dos produtos da empresa. Como se mudar a opinião da pequena amostra de clientes fosse resolver alguma coisa.
A pesquisa ilumina estratégias de negócios, ilumina o desenvolvimento de soluções para o mercado e, fomenta abordagens de comunicação com o mercado fora da caixa. Mas a pesquisa requer uma boa dose de humildade. A menos que você realmente seja o Steve Jobs.
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