Neste dia, há 124 anos, nascia alguém que mudaria a história da música. Brasileiro, filho de escravos, criado no subúrbio carioca, ele foi um gênio, um herói, uma lenda. Não há palavras à sua altura. As que trazemos, a seguir, apenas tentam esboçar sua dimensão.
Pixinguinha foi um dos maiores da história em cada uma das três dimensões da arte musical: a composição, o arranjo e a execução. É talvez o grande flautista de todos os tempos: antes que os Sidney Bechet e Louis Armstrong criassem o jazz em New Orleans, Pixinguinha já era um mestre do improviso – reconhecido mundialmente – à frente dos “Oito Batutas”. Mais velho, adotou o saxofone e se tornou um vanguardista na técnica do contraponto. Como arranjador, fez-se um revolucionário: ninguém foi tão decisivo no sucesso da produção fonográfica brasileira quanto ele. Mais que tudo, é um dos grandes compositores da música popular: “A Rosa”, “Lamento”, “Carinhoso”, entre tantas outras, são músicas que atravessam as décadas, os séculos, as gerações.
Tal é a importância de Pixinguinha que nesta data, a de seu aniversário, celebra-se o Dia do Chorinho. O estilo musical é um dos grandes legados da música brasileira. Vários de nossos músicos mais renomados – de Ernesto Nazareth a Hamilton de Holanda, passando por Jacob do Bandolim e Waldir Azevedo – são “chorões”. Pixinguinha também foi. O maior deles. Maior até que o próprio ‘choro’. Ele é quase tão grande quanto a música em si.
Não é um exagero. Além da obra, ele nos legou sua história: além de grande músico, ele foi um grande homem – o filho de escravos que chegou a ser o senhor consumado da arte mais nobre. Alguém como Pelé: tão genial que derrubou os preconceitos mais arraigados, tão luminoso que atravessou as sombras mais densas da humanidade.
Dissemos que Pixinguinha mudou a história da música. Agora retificamos: ele mudou a história. E ponto final.
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