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Minha Carta ao Papai Noel

Minha Carta ao Papai Noel

Querido Papai Noel,
Queria lhe dizer que dei meu máximo, fiz tudo o que pude e o que tive forças para fazer
Talvez não tenha sido tão esforçado, pois nem tudo foi como imaginei
Deixei muitas coisas não terminadas e não dei atenção para muitas outras que deveriam ser melhor cuidadas
Sabe, eu sei que ser bom ou não ser bom é uma questão de ponto de vista, então não quero entrar em nenhuma dessas categorias
Isso não me serviria para nada, mas ao mesmo tempo, eu sei que poderia ter sido menos chato e nem tanto egoísta para algumas pessoas
Mas, como disse, dei meu máximo
Não sei se você lê as notícias, mas este ano foi muito difícil para muita gente
Muitas e muitas pessoas perderam
Perderam amores, amigos, pais, avós, empregos, casas
Muitos aqui estão passando fome
Enfim, Papai Noel, as coisas no mundo não estão fáceis
Então, ser uma boa pessoa o ano inteiro neste mundo, é obra para heróis
A gente como eu fica cansado, exausto
E a gente quer fios de esperanças
Quer abraços gentis
Quer um olhar que te espera e te e vê
Quer uma voz que te escuta
Quer uma escuta que te diz
Papai Noel, só lhe escrevo para dizer que as crianças ainda acreditam em você
Essas que já estão grandes, como eu, meio atrapalhadas e sem aquela regularidade de boas notas ou bons comportamentos, mas que acreditam nessas coisas, tanto quanto acreditam que a vida é coisa de se viver, que se desamarrar e ser insensato quando o normal está doente se faz urgente.

Um abraço generoso para você.

(Confesso que nunca pensei em lhe dar um abraço
Quando era criança eu tinha medo de você
Mas também, esse seu estilo barbudo e de roupas compridas, sempre foi muito estranho
Aliás, você sempre foi muito insensato em dar presentes, receber cartas e alimentar sonhos, reunir famílias, amigos, fazer festa, nos dar esperanças
Não se trata de religião, mas você é tipo um “parça” de Jesus e fez do Natal essa confusão de boas coisas
Dois insensatos
Beijo, querido, deste aqui que acredita em você).

Wagner Rengel

Wagner Rengel quis ser silêncio depois pássaro depois peixe depois vento depois grilo quis ser gente depois nada. Mora em Curitiba.

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